A PNI (Política Nacional do Idoso), define o idoso como qualquer pessoa com idade de 60 anos ou mais. Com essa idade e com permissão da Constituição Federal, o idoso tem a proteção do Estado de Direito contra a descriminação, tendo assim, sua dignidade assegurada e a proteção adequada para suas necessidades específicas, através do Estatuto do Idoso. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo demonstrar a importância da humanização no cuidado à saúde do idoso. Para tal, o estudo foi baseado na palestra Cuidado com Pessoas Idosas, realizada pela LAHCS (Liga Acadêmica de Humanização do Cuidado em Saúde), ministrada pelo médico especialista em Geriatria e doutor em Gerontologia Biomédica, José Mário Tupiná Machado no presente dia 27 de Setembro de 2021. Além da palestra, o estudo foi expandido através da busca na Biblioteca Virtual em Saúde, encontrando assim, diversos autores que versam sobre o assunto a fim de construir um referencial teórico que apresenta como tema o cuidado com pessoas idosas.
No âmbito da saúde, o envelhecimento digno inclui a humanização do cuidado com as pessoas idosas. O ponto de partida para esta humanização é o reconhecimento da heterogeneidade das pessoas que a compõem, ou seja, reconhecer a subjetividade da vivência do próprio envelhecer por cada pessoa, respeitando essas diferenças. A partir deste reconhecimento, é importante perceber a pessoa idosa como atuante em seu viver, ou seja, valorizar a percepção individual e coletiva dos requisitos para o bom cuidado desta população. Para avaliar de modo mais objetivo a subjetividade do cuidado e promover a reflexão e inclusão de práticas mais humanizadas e a humanização do cuidado, a Organização Mundial de Saúde propôs o conceito de responsividade, que trata-se do conjunto de elementos que promovem o atendimento acolhedor e resolutivo. Os oito domínios da responsividade são: dignidade, autonomia, confidencialidade, comunicação, pronta atenção, apoio social (exclusivo para ambiente hospitalar), escolha (do profissional) e estrutura física e conforto.
Outro pilar fundamental da humanização do cuidado é a educação em saúde e capacitação profissional específica para o melhor acolhimento que possibilite a resolutividade ideal para os idosos, isto é, capacitação técnica e humanística. A educação é a ferramenta para se opor ao paternalismo, frequente nas relações com idosos, e ao mero assistencialismo do cuidado. Ainda, é importante ressaltar que a construção do envelhecimento com qualidade exige articulação das esferas de gestão, assistência à saúde e da população em geral. Por fim, em se tratando de humanização do cuidado com pessoas idosas, deve-se atentar para os cuidadores desta população, que, enquanto grupo, estão propensos a intenso sofrimento psicoemocional, dado as características dos cuidados ofertados. Tais cuidadores também devem estar em processo contínuo de educação, para humanização de suas ações, e, devem receber cuidados e atenção especiais, na busca de prevenir agravos de saúde neste grupo.
O cuidado humanizado é fundamental para atender as reais necessidades do paciente, dessa forma, a palestra ministrada pelo médico geriatra Dr. José Mário Tupiná, alcançou sucesso em sua abordagem pertinente acerca do cuidado a pessoas idosas. A palestra, bem como a pesquisa bibliográfica realizada, evidenciou a importância de considerar a individualidade de cada idoso no cuidado e tratamento, além de expandir conceitos sobre quem são estas pessoas, bem como ressaltar as questões envolvidas no cuidado, que não são apenas biológicas, mas também sociais, emocionais, espirituais, legais e econômicas. Além disso, a abordagem utilizada pelo geriatra possibilitou a compreensão da atuação da equipe multidisciplinar de saúde na tomada de decisões de forma transdisciplinar, com o fito de obter uma maior qualidade assistencial, além de gerar reflexões no que tange ao respeito e valorização deste público. Por conseguinte, a experiência da palestra possibilitou um aprendizado abrangente da temática, dado pela exposição das suas problemáticas e a importância do tema para a formação de graduandos e profissionais da área da saúde. Nesse sentido, os achados deste estudo apontam para a necessidade de intensificação de ações para expandir o conhecimento acerca do cuidado a pessoas idosas.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Saúde. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO ESPECIALIZADA E TEMÁTICA, CADERNETA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSO 3 ed. Brasília. 2014
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA . Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2011.
LIMA, Thaís Jaqueline Vieira de et al. Humanização na atenção básica de saúde na percepção de idosos. Saúde e Sociedade, v. 23, p. 265-276, 2014.
LIMA, Thaís Jaqueline Vieira de et al. Humanização na atenção à saúde do idoso. Saúde e Sociedade, v. 19, n. 4, p. 866-877, 2010.
MARTINS, Josiane de Jesus et al. Políticas públicas de atenção à saúde do idoso: reflexão acerca da capacitação dos profissionais da saúde para o cuidado com o idoso. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 10, p. 371-382, 2019.
Ana Paula Maia Dal Moro¹; Arianny Luiza Barros de Santana²; Marília Gabriela da Silva Martins³;
¹ Graduanda em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
² Graduanda em Enfermagem pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE)
³ Graduanda em Enfermagem pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI)