Ana¹, Esther Suellem Rocha², Giovanna Fonseca Richter³, Adriely Beatriz Deodato dos Santos⁴
¹ Graduanda em Medicina pela Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE).
² Graduanda em Enfermagem pela Faculdade de Ciências Médicas e Saúde – Suprema JF.
³ Pós Graduanda em Enfermagem em Pediatria e UTI Pediátrica e neonatologia pelo Centro Universitário São Camilo.
⁴ Graduanda em Odontologia pela PUCPR
O preconceito de gênero presente no diagnóstico do autismo e nas pesquisas relacionadas é um fenômeno bem estabelecido, e, remete aos fundadores das discussões relacionadas ao transtorno do espectro autista (TEA). O termo autismo foi primeiramente utilizado por Euglen Bleuler em 1908, e estudos na área ressurgiram de forma independente nos anos 1940, por dois médicos, Leo Kanner, nos Estados Unidos, e Hans Aspergers, na Áustria, que levaram a alcunha da “Síndrome de Aspergers”. Em ambos, os principais sintomas relatados por aqueles que se encaixavam no espectro seriam: a incapacidade de relacionarem-se, a falta de empatia, a existência de maneirismos motores, estereotipias, tendência de eco na linguagem e resistência a mudanças em sua rotina.
Apesar de os médicos citados terem entrado em contato com meninas e mulheres com a mesma descrição de sintomas, e Kanner inclusive ter citado a diferença das apresentações do autismo nos diferentes gêneros, não se estudou com enfoque na disparidade, responsável pela existência de, nos dias atuais, uma falta de conhecimento do perfil do autismo feminino e o uso de ferramentas de diagnóstico padrão que foram desenvolvidas e normatizadas para uma população masculina, não sensíveis ao fenótipo feminino, levando a um baixo e tardio diagnóstico de autismo em mulheres e a consequente ausência de um tratamento adequado capaz de aliviar algumas de suas dificuldades diárias e que as possibilitaria realmente conhecer a si mesmas de forma a se adaptarem a um mundo que não existe com suas necessidades em mente.
Desde 2003 há a Política Nacional de Humanização, na qual vem sendo implantada em todos os atendimentos, para uma assistência de qualidade maior, ampliando o grau de contato e de comunicação com o paciente. Dessa forma, o atendimento as mulheres autistas tem que ser melhorado para que suas necessidades sejam supridas assim como no sexo masculino durante a prestação da assistência. É de suma importância ressaltar que a humanização reflete tanto na assistência prestada ao paciente naquele momento, mas também a assistência humanizada prestada por todos da instituição se torna uma experiência confortante para a paciente.
Visto isso, o atendimento prestado a pacientes portadoras de autismo deve ser ampliado, já que as mesmas, possuem maior motivação social, resultado de terem um feedback muito maior com relação a seu comportamento e relações interpessoais, de forma que estudam o comportamento social e desenvolvem mais traços internalizantes, o que se conhece hoje como sendo a habilidade de mascaramento.