O Grito Invisível

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Há um homem,

cujas lutas não têm nome,
cujos passos ecoam no silêncio,
e cuja voz se perde na imensidão
de um mundo que não ouve.

Ele carrega não só o peso do seu corpo,
mas também o das causas que abraça,
das dores que não são suas,
mas que, ainda assim, escolheu sentir.
Sua jornada não é linear;
é feita de quedas e reerguimentos,
de cansaços que sufocam
e de esperanças que insistem.

O que o move?
Não é o reconhecimento fugaz,
nem o aplauso vazio.
É a fé no que não se vê:
a possibilidade de mudança,
o sopro de vida que transforma ruínas
em refúgios de paz.

Mas o grito de um só homem
é como uma vela no vento,
frágil, oscilante.
Ainda assim, ele grita,
porque sabe que o silêncio mata,
e a indiferença é uma cicatriz
que o tempo não apaga.

Seus colegas o ignoram,
a multidão o engole,
mas ele persiste,
porque desistir seria morrer,
e ele nasceu para viver.

É apenas um homem, dizem.
Sim, apenas um,
mas quantas revoluções começaram
com uma só ideia,
com uma só voz
que ousou erguer-se
no meio do vazio?

Ele nos ensina,
mesmo sem palavras,
que lutar é existir,
e existir é resistir.
Que a força está, não na vitória,
mas na coragem de tentar.

Assim, aquele homem
torna-se símbolo do invisível,
da resiliência sofrida,
do sonho que persiste.
E sua história,
que talvez jamais seja contada,
é a prova de que
os maiores heróis da vida
são aqueles que vivem
sem esquecer de lutar.

Silvia jS

Para Evaldo Shinji Kuniyoshi