Inteligência Artificial na Saúde Pública: princípios, aplicações e desafios para um SUS mais humano

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Inteligência Artificial na Saúde Pública: princípios para uso ético e seguro

A Inteligência Artificial (IA) vem transformando a saúde pública com ferramentas capazes de prever surtos, melhorar diagnósticos, automatizar processos e personalizar cuidados. No SUS e em sistemas de saúde do mundo todo, ela já apoia desde a análise de grandes bases de dados até a interação com pacientes via chatbots.

Para que esses avanços sejam seguros, equitativos e centrados nas pessoas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) define 8 princípios norteadores:

1.Centrada nas pessoas – respeitar direitos e necessidades humanas, colocando a tecnologia a serviço do bem-estar.

2. Fundamentada na ética – pautar-se em dignidade humana, beneficência, não maleficência, autonomia e justiça.

3. Transparente – explicar de forma clara como funcionam algoritmos e processos.

4.Proteção de dados – garantir privacidade, confidencialidade e segurança da informação.

5.Integridade científica – assegurar confiabilidade, reprodutibilidade e base em evidências.

6.Aberta e compartilhável – adotar princípios de ciência aberta, com dados e ferramentas acessíveis.

7.Não discriminatória – prevenir e corrigir vieses, promovendo inclusão e equidade.

8.Controlada por humanos – manter supervisão e revisão humana em decisões automatizadas.

Exemplos de uso na saúde pública incluem:

•Aprendizado de máquina para prever doenças crônicas.Processamento de linguagem natural para analisar redes sociais e detectar sinais precoces de surtos.

•Robótica para desinfecção e entrega de medicamentos.

•Chatbots para saúde mental, prevenção e promoção do autocuidado.

•Visão computacional para diagnóstico por imagem, como detecção de retinopatia diabética.

Por que importa para o SUS?

Adotar IA com responsabilidade significa aproveitar seu potencial para ampliar acesso, reduzir desigualdades e apoiar decisões baseadas em evidências, sem comprometer direitos fundamentais.

 Referências:

•Organização Pan-Americana da Saúde. Principios rectores para el uso de la inteligencia artificial en la salud pública. Washington, D.C.: OPAS; 2021. Disponível em: https://doi.org/10.37774/9789275324588

•Topol, E. Deep Medicine: How Artificial Intelligence Can Make Healthcare Human Again. New York: Basic Books; 2019.

•Esteva, A. et al. “A guide to deep learning in healthcare.” Nature Medicine, v. 25, p. 24–29, 2019.