NEM SEMPRE É O QUE PARECE
D. Joana, viúva aposentadaMãe de 3 filhos adultos
Na vida acomodada
Casa bem arrumada
Comida gostosa, roupa ajeitada
Amigas da igreja
Vida organizada
Seu mundo sob controle.
De repente aparece, com problemas de pressão
Ansiedade, insônia e Joana chorando
Estranho; sempre calma, agora reclamando
Filhos brigando, Marcos à noite fica no bar
Marcelo na igreja e pra completar
Tereza arruma uma barriga;
Ainda bem, moço honesto
Vai arrumar pra casar
Meu Deus! Joana que era normal
Numa rapidez muito grande
Passa de sadia a hipertensa grave
Ninguém da SUS entende
Mas, afinal é tanta gente
E doença é assim mesmo
Quando Deus quer, não tem jeito
Aparece, fica e se não tratar
No hospital, vai parar
Ta na hora, pessoal
De parar pra analisar
Se Joana estava bem
O que houve, gente?
Pra saúde acabar.
Aí temos o desfecho
Do que veio a acontecer
Seu Pedro, irmão de Joana
Nunca quis casar
Morava só e cai de cama
Não tem ninguém pra dele cuidar
E Joana que era muito boa
Coloca Pedro em sua casa
Dá-lhe seu quarto, seu carinho, seu sono
E o equilíbrio de seu lar.
Pedro dorme o dia todo
A noite fica a reclamar
TV não deixa ligar
Alto não se pode falar
E com os sobrinhos vive a implicar
Os meninos, moços educados
Para com a mãe, não brigar
Cada um a sua maneira
Procurou se ajeitar
E a família de Joana
Que era bem resolvida
Desestruturou, nunca mais foi a mesma
Tornou-se estraçalhada
Depois que Pedro chegou
E o mais engraçado
Que os doutores que são entendidos
Que vivem ciência a respirar
Ficam na maior dúvida
Qual doente tratar!
Sônia Maranhão