Esta Rede Humanizasus é uma rede de afetos, onde afetamos e nos deixamos afetar pelo outro e como nos diz Regina Benevides: o elemento mais complexo no sistema de saúde é o outro, que nos provoca com alegrias, tristeza, raiva… lidamos com condições desfavoráveis, dor, morte e, ainda assim, queremos nos realizar no trabalho, encontrando neste outro algo que nos inquieta, algo que provoca. Todos somos humanos, somos singulares, somos diferentes e isso é o comum. Nesta rede encontrei o meu não lugar: estar entre, entre as pessoas, entre os saberes, criando conexões, pontes por onde passam sentimentos, emoções, apoiando, potencializando bons encontros para construir novos caminhos coletivamente, mas não buscamos a homogeneidade, apostamos na diversidade de afetos, de interesses, de desejos, também raiva, medos, estando no limite das relações, pois é no nosso limite que encontramos com o limite do outro e aí com a imprevisibilidade e se isso é desafiador, se faz, porém encantador… Queremos alterar o “modo de fazer” em saúde, alterando os modelos de atenção e de gestão, acreditamos num SUS de todos e para todos, queremos incluir nesta luta, todos os humanos, não o “bom humano”, mas, o “humano qualquer” com seus problemas, suas limitações; não buscamos inverter a pirâmide de mando, eu acho que devemos implodi-la (rss) e assim, como pedras no chão, nós todos: trabalhadores, usuários e gestores poderemos nos olhar frente a frente, olho no olho, não mais de cima pra baixo ou de baixo pra cima, no exercício da lateralidade, reinventamos um novo lugar, pois, neste caminho, não faz sentido correr demais, se matar (e matar), pra chegar primeiro e sozinho, o bom mesmo é chegar junto..
