A imagem é forte e fala por si. Alguém já disse que uma imagem vale mais que mil palavras. Mas, mesmo assim, busquemos esta forma discurso para nos afetar mais ainda. Falemos sobre o que ela produz em nós…
Rede…humanos como elos…elos de ouro…mundo líquido…mares…meio de transmissão…passagens…brilho…visibilidade e invisibilidade…colheita de alimento… poema…viajar…ousar…estar com…retornar de uma aventura…navegar…perder-se…voltar outro…devir
Poderíamos continuar indefinida e infinitamente nos afetando por tantas dimensões e extratos de experiências vividas no encontro com a imagem.
Ocorre que em algum momento emergiu entre nós um devir que produziu a articulação de mundos por intermédio de uma via virtual. A virtualidade, dimensão sempre presente na vida, ganhou um meio "concreto" de se expressar e produzir efeitos visíveis. As redes virtuais chegaram como o resultado de um processo.
Meu modo de narrar pode trair a realidade que quero partilhar aqui pois pode parecer que se trata de algo com começo, meio e fim. Não. A emergência do objeto REDE VIRTUAL se dá no "meio" e cria seus próprios efeitos ao mesmo tempo. Mas, deixemos de lado essa narração cada vez mais etérea e chata.
Vamos à nossa rede, quero homenageá-la e agradecer aos usuários, todos e cada um que a recheiam diariamente de vida. Sem eles, ela seria um lindo dispositivo vazio. Ou seja, um nada.
Cada um de vocês, meus queridos, a torna um meio de expressão, ao mesmo tempo em que ela desenvolve em nós um processo de subjetivação simultaneo. Todos os dias criamos e reeditamos este extrato subjetivo comum do encontro.
O que construímos aqui, juntos, é um território existencial inaudito. Um oásis neste mundo capitalista que tomou de assalto o campo da saúde.
Iza Sardenberg
20 Comentários
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Oi Cátia,
Pego muitas imagens do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica e esta é do artista Hu Suh. Veja em:
Obrigada pelo comentário carinhoso, mas saiba que a presença de vocês na rede é que me alegra para estas escritas mais amorosas.
Iza
Por Ana Rita Trajano
Agradecemos Isa, afetos, carinhos, imagens… seu texto toca suave e nos faz sentirmos mais fortes e unidas nesta luta conjunta, beijos, Ana Rita
Um bom questionamento Iza. A RHS é um potente dispositivo da PNH, que dispara muitos movimento/efeitos, juntando trabalhadores, gestores, usuários e qualquer um que queira discutir, compartilhar experiências bem sucedidas no território susista.
Compartilho aqui alguns dos efeitos produzidos pela rede, de acordo com a pesquisa realizada pela Lílian Weber, na sua tese de doutorado sobre a RHS.
Aumenta a potência para “dar certo”;
Revela profissionais, práticas que ficam escondidas pelos fazeres do dia a dia;
Os posts colocam a RHS a pensar, intensificando a inteligência coletiva;
Estabelecimento de laços colaborativos e afetivos
Mobiliza diálogo, informação, colaboração e criação;
Transforma a informação em ação,
Produz relações horizontalizadas, autonomia, afetos quentes, combustível para o trabalho-vida;
Produção de sujeitos, de coletivos;
Produz saberes que nem sempre estão disponíveis nas práticas de quem se situa afastado do meio acadêmico. (Lílian, 2012)
Beijão!
Emília
Bem lembrado, Emília!
Amei as imagens Iza, e obrigada por compartilhar o nome do site sobre estas maravilhas!
Bjs!
Emília
Navegamos na certeza e precisão dos encontros. Não há como não se encontrar… a questão é sempre o modo como poderemos transmutar os efeitos de um mau encontro nas composições. Fazer a torsão de que nos falou Deleuze…
Por Luciane Régio
O que pode a rhs?
Seguimos na perspectiva de manter esta questão sempre aberta, mais do que defini-la, propriamente.
Os efeitos desses encontros, no trabalho, na vida, determinam os jeitos para que encontremos "boas conexões", de potência, ou não.
Concordo plenamente: redirecionamento, sempre necessária atenção! Potencializando o que se quer, mais do que aquilo que nos arrasa. Humanidade, o bem maior.
O SUS para todos, mais vida com "gosto de vida", com direitos humanos respeitados, composição com as diferenças, trabalhadores valorizados em seus processos, usuários singularizados na atenção, amor entre clínica e política, biopolítica…
É preciso abrir possibilidades!
Obrigada pelo post intercessor, Iza.
Bateu fundo,
Luciane
querida Lu,
obrigada pelo comentário!
façamos as torsões e busquemos o bem maior…
Iza
Por Cláudia Matthes
amei seu post, bjão
Peju
Por catia martins
O File ElectronicLanguage InternationalFestival tem imagens de perder o fôlego. Tanto pela beleza como pela capacidade criativa destes artistas multimídia.
Quando vou escrever um post, busco primeiramente uma imagem e me inspiro nela.
É preciso, porém, tomar o cuidado de ir salvando quando estamos escrevendo diretamente na rede. Use sempre o botão "prévisualizar" para salvar ou escreva no word e depois cole aqui e busque a imagem que ilustra e nos faz adentrar noutras dimensões estéticas.
Iza
Iza
Belíssima imagem, belíssimo texto. Agradeçamos sem dúvida a todos aqueles que tornam a RHS está rede intensiva, mais que quente, fervente. No entanto, esta rede que recusa um rosto e quer continuar infame, no sentido de Foucault, se não tem e não quer uma identidade homogeneizante, precisa para existir daqueles que cuidem de seus nós e de todos nós que somos nós vivos que realimentam a rede em todas as direções.
Assim, agradecemos daqui, como usuários, cada gota de suor e de sangue que pulsa para alimentar essa rede. Na labuta de todos vocês da RHS, esta rede fervilha e responde, numa abertura para sempre novos mundos que se inventam, reinventam, se formam, desmancham, deformam e se macham de vida.
Com o trabalho imaterial de vocês, pouco visível, mais muito sentido por nós, esta máquina expressiva ganha força, alimenta o SUS e nos alimenta de SUS sempre instituinte, provando, a despeito da massiva contracorrente midiática, que estamos vivos e atentos, que o SUS funciona porque nós funcionamos e acreditamos nele.
Mais do que política ou biopolítica, esta rede a vejo como biopotência. Se há furos, neles não nos fiamos, nos fiamos nos nós, nos intricamos em tramas e urdiduras que nos tecem novo a cada dia, certos que queremos o melhor, mas também certos de que, sem furos, sem adversidades, uma rede não se sustenta como rede.
Somos diversos, somos complexos e assim queremos continuar sendo, contornando de nós os furos para que, nesta potência coletiva em que não há unidade, mas sobeja comum, haja rede viva, afetiva, intensiva, nós de nós todos que fazemos da rede aquilo que ela é.
Parabéns a toda a equipe da RHS por efetuar a possibilidade que é a rede, por atualizar e dar voz aos que, mesmo gritando, não conseguiriam se expressar e contagiar a tantos, como esta rede possibilita. Ela é, repito, máquina expressiva, biopotência de um coletivo que sustenta a rede por ser por ela sustentado acolhedora e afetivamente.
Parabéns aos nós que somos todos, pois são nós feitos de carne, de suor, de sangue, de esforço coletivo numa insistência de potência apesar dos pesares, são nós de vida em todos nós que a vivemos.
Um grande HUUUUUUUUUU para a RHS! Celebremos todos e que no ano que vem ela possa ser 2013 vezes mais quente e mais pulsante.
Bjs.
Miguel Maia
Mais lindas e emocionantes são as tuas palavras. Aqui e no encontro recente da PNH.
Iza
Querida Iza,
Belíssimo post que instigou comentários igualmente belos em palavras e imagens que nos comovem.
O que pode a RHS? Difícil traduzir!
Que maravilha estarmos aqui enredados vivenciando esse imenso campo de possibilidades!
Beijão,
Jacque
Por maria joana
Eu tambem gosto muito de imagens para minha inspiração sempre terei que partir de uma IMAGEM, parabéns pelo texto, abços
de Maria Joana.
Maria Joana,
Obrigada pelo comentário.
Este é um dos efeitos de rede, a identificação por coisas comuns.
bjs,
Iza
Por catia martins
Olá Iza, a imagem é tão linda como seu texto! Obrigada! Fiquei bem curiosa para saber de quem é a imagem… Mas, após lê-la, as autorias já não importam mais, num é mesmo?! Sim, as redes – e está em especial – são oásis neste mundo cão e ampliam o mundo do possível. E os bons encontros nos fazem perceber que juntos podemos muito mais… um abraço, Catia