FILME KÁTIA no Centro de Referência de Combate à Violências GLBTT da Grande Florianópolis dia 28 06 as 19h

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O filme foi estreado na segunda dia 24 06, em duas sessões e, tamanho sucesso, terá nova apresentação no dia 28, as 19h

Kátia Tapety é o personagem central deste documentário. Nascida José, numa pequena cidade de 8 mil habitantes no sertão do Piauí, Kátia tornou-se a primeira travesti a ser eleita a um cargo político no Brasil. Por três vezes seguidas, foi eleita a vereadora mais votada do município e exerceu o cargo de vice-prefeita entre 2004 e 2008. Tendo construído uma família nos moldes convencionais – foi casada por mais de 20 anos com um homem e “mãe” de três filhos -, Kátia é uma senhora de quase 60 anos de idade que se faz respeitar em seu município, localizado numa das regiões mais religiosas e conservadoras do estado.

Falas de Kátia durante a pesquisa (janeiro, 2008)

“Nasci naquela casa. Meus pais, meus irmãos, foram todos criados ali. Era ali que a gente cuidava de gado, de bode, de jumento, de porco. (…) Eu não estudei como eles [meus irmãos] porque meu pai me discriminava, me tirou da escola para não fazer vergonha à família. Eu estudei com professor leigo, em casa mesmo.”

“Minha mãe sempre foi uma santa, foi maravilhosa, sempre me aceitou do jeito que eu era; eu ajudava ela a lavar roupa, fazer comida. Ela nunca me bateu por causa disso, mas meu pai me bateu muitas vezes.”

“Lembro dos meus colegas que estudaram comigo – alguns já morreram. Tem dia que a gente lembra da infância… Eles brincavam jogando bola, eu brincava com boneca… Eles me chamavam “Zé mulher” ou “a mulherzinha”. Eu aceitava numa boa, na realidade era o que eu queria ser.”

“Tem homem muito macho no Piauí, mas todos me vêem como uma senhora, não me vêem como “ó o veado!”. Eles me respeitam: “ali é dona Kátia, a vice-prefeita, é casada, é mãe de filho.”

“É uma família igual às outras, respeitada igual às outras, católica. Nós reza.”

https://katiaofilme.com/