BNDES NÃO DEVE CONCEDER RECURSOS PÚBLICOS PARA PLANOS DE SAÚDE

11 votos

Todos nós acompanhamos diariamente, notícias sobre as precariedades do Sistema Único de Saúde/SUS. Faltam médicos, materiais hospitalares, remédios e postos de saúde. Os usuários agonizam em filas dos postos e sofrem com os prazos de marcação de exames e consultas. De acordo com o governo, esses problemas ocorrem por falta de recursos financeiros para a saúde pública brasileira.

No entanto, em meio ao caos na saúde brasileira, somos surpreendidos com a notícia de que o Banco Nacional de Desenvolvimento/BNDES financiará a expansão da Unimed-BH. Ao todo serão R$180 milhões para os projetos de ampliação e qualificação da cooperativa médica. Uma iniciativa que privilegia um setor que tem acesso aos recursos da iniciativa privada e que atende apenas 26% da população. Por outro lado, o SUS que depende exclusivamente dos recursos públicos e atende 74% da nossa população, percentual que na verdade chega a 100%, já que seu atendimento é universal, carece de investimentos.

Hoje, tornar a saúde uma prioridade de governo é um dos principais desafios do nosso país. Atualmente, o SUS é constituído por 6.797 hospitais. Dos municípios brasileiros, 38,6% não dispõem de hospital e os médicos estão concentrados no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Investir na qualificação das práticas de saúde é atender os interesses da população. É buscar o desenvolvimento social.

Precisamos intensificar a luta no Congresso Nacional para coibir quaisquer iniciativas do governo federal de concessão de novos créditos, subsídios públicos diretos e indiretos, desonerações ou isenções visando à ampliação da oferta de planos e seguros de saúde.  Os usuários da SUS clamam pela melhoria das práticas de saúde pública. Necessitamos de um sistema único de saúde integral, centralizando no usuário, com uma gestão participativa e com planejamento, para garantir que o SUS realmente prime pela universalidade, pela integridade e pela equidade.