Música e poesia nas rodas da participação popular, da educação em saúde e no movimento da moradia
Grupo Ressonância Musical, braço social da Banda Big Balada, jovens que ajudam a construir a síntese musical da COMOV fazendo a fusão arte e saúde, com o dialogismo que emerge da educação popular e cultura popular:
(www.bandabigbalada.com.br) [email protected]
Além de desenvolver uma performance criativa, a Big Balada constrói seus próprios instrumentos, projeta o figurino e viaja pelo universo musical. Com agenda bastante concorrida ainda arranja tempo para produzir os arranjos das músicas que embalam a educação popular em saúde. Não deixem também de acessar o site da banda.
Eu quero saúde
Saúde bem mais
Eu quero saúde
Bem estar, amor e paz
A COMOV – Comunidade em Movimento da Grande Fortaleza trabalha educação popular e saúde com os recursos das linguagens da música e da poesia como estratégia metodológica de educação popular e promoção da participação popular, que aponta para o horizonte lúdico e integrativo da saúde coletiva:
O território é um desafio
De controle social
É o drama desse povo
Nem sempre há gente que cuide
Só máquina e computador
Não nos garantem saúde
Grupo Pintou Melodia na Poesia
wwwcenopoesiadobrasil.blogspot.com
MERGULHO DINÂMICO
As músicas e poesias são o resultado do mergulho dinâmico que a COMOV vem protagonizando em sua experiência de educação popular e saúde, no contexto dos territórios, articulada com o Projeto Cirandas da Vida, da Secretária de Saúde do Município de Fortaleza. Como entidade institucionalizada que busca preservar a essência de ser um movimento vivo na dimensão do território vivo, a COMOV gera problematização, propõe e protagoniza atos-limite e encaminha para a humanização. Desta forma, a linguagem da música e da poesia, ao mesmo tempo em que é potencializada vai dinamizando os processos de saúde e contribuindo com a compreensão de que saúde é o ato limite da promoção e produção de conhecimento, alargando a compreensão de que a superação das doenças e das dificuldades de acesso aos serviços passa pelas mãos de todos os cidadãos e cidadãs, com suas práticas e experiências diversas, compartilhando saberes e vivências:
Trabalhador em saúde
Acolhido e acolhedor
Tecnologia leve
De cuidado e cuidador
Tece a rede solidária
Da saúde e do amor
Neste contexto, as mãos dos fazedores da cultura popular, com seus rostos e vozes ampliam o olhar da saúde que passa a enxergar muito além dos diagnósticos e procedimentos formais que são a praxe. Trata-se de um olhar ampliado que permite focar para além da situação-limite, através dos encontros e da sabedoria que é partilhada nas rodas e vivências.
Pintou melodia na Universidade (Da esquerda para direita): Prof. Jackson Sampaio – Centro de Ciências da Saúde-UECE), Dr. José Ivo Pedrosa -Ministério da Saúde, Dr. Luiz Odorico Monteiro de Andrade ex-Secretário de Saúde de Fortaleza, Profa. Rocineide Ferreira – UECE, Leonardo Sampaio – ESCUTA e Rede de Educação Cidadã-RECID) e Elias J. Silva (Educador Popular COMOV – Cirandas da Vida).
O encontro dos saberes
Aproxima os cidadãos
Servidores e usuários
Não andam na contramão
Juntos, tecemos a rede
De cuidado e atenção
UMA HISTÓRIA DE AMOR E VIDA
No cenário da educação popular em saúde, cada caso não é apenas e meramente mais um caso para ser friamente estudado, cientificamente qualificado e estatisticamente registrado. Trata-se de uma história de amor e vida, onde o cuidado e o cuidador impulsionam a promoção da vida e geram novas práticas que tornam mais leve o fardo dos profissionais de saúde e, dos cidadãos e cidadãs que buscam acessar o serviço.
A participação popular e o controle social, o acolhimento e a humanização, a educação popular e a cultura de paz fazem o mote das rimas e das melodias, que em cada vivência seguimos cantando e compondo, compondo e cantando.
A rede é um movimento
Doença paralisia
A cura é o caminho
Que se aplaina todo dia
Nossas práticas e valores
Feito luz que alumia
…Com saúde a gente canta, com saúde um passo à frente…
ATOS-LIMITE COMO PRESCRIÇÃO DO CAMINHO A SEGUIR
E assim, em cada encontro, em cada vivência, uma palavra/tema vai sendo convertida em poesia, que pode ser revestida de arranjos e virar música. Poesia ou música, não importa. O que importa é saber que esta dinâmica faz as rodas girarem, e mais integrativos os ambientes da saúde vão se tornando, tonificando os corações no compasso da métrica e das cifras que sugerem atos-limite como prescrição do caminho a ser seguido.
A prática e a teoria
Indicam novo saber
Reconstroem no dia-a-dia
A alegria de viver
Uma rede de cuidados
Faz a vida acontecer
…E os olhares se misturam nesta metodologia de aprender e ensinar…
E assim, o movimento da vida vai se fortalecendo nos ambientes de saúde coletiva, sem compasso de espera. No compasso e no toque de acolher, no prazer de estar juntos, abraçados e abraçando, animados e animando, constroem-se possibilidades de desenvolvimento humano com processos de educação permanente e a metodologia da educação popular. Desta forma, a COMOV segue construindo muitas sínteses do SUS que se transforma em movimento, no contexto de cada território. Dessa maneira, as linguagens da cultura popular vão configurando a mística de acolher e participar.
E foi a participação que levou a COMOV a entender e praticar o conceito e a dimensão da clínica ampliada. No diálogo com os profissionais das equipes de saúde da família, a COMOV iniciou um processo formativo com mais de 350 famílias usuárias do SUS. Estas famílias, que buscam atendimento nos Centros de Saúde da Família apresentam um “quadro clínico” cujo desafio passou a ser, também, organizacional, na perspectiva da conquista do direito a moradia. Com o apoio metodológico das Cirandas da Vida a entidade desencadeou este processo que vai ao encontro dos programas habitacionais dos governos Federal, Estadual e Municipal. Esta ação é também uma forma de transformar o acolhimento em ato vivo.
Este jeito de acolher
Traduz participação
Nesta troca de energia
Que transcende da razão
Um obrigado, um bom dia
Faz-se mística acolhedora
Abre um caminho de luz
Pela ação transformadora
MERHY (2005) fala sobre o trabalho em saúde como trabalho vivo em ato cujo objeto não é plenamente estruturado, possibilitando um certo grau de liberdade na forma de realizá–lo, incluindo subjetividades a partir de tecnologias leves implicadas com a produção de relações entre os vários sujeitos envolvidos: os profissionais, os gestores e a população. A COMOV em sua relação com a Rede de Arte, Cultura e Saúde, processo que é animado pelas Cirandas da Vida, em Fortaleza, contribui com esta síntese da valorização da arte e da cultura na produção da educação em saúde.
A COMOV se articula com as seguintes redes e movimentos:
Rede de Arte, Cultura e Saúde
MOPS – Movimento Popular de Saúde
Rede Brasileira de Socioeconomia Solidária
Rede Cearense de Socioeconomia Solidária
Rede de Educação Popular e Saúde
Rede de Educação Cidadã – RECID
Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde – ANEPS
Cirandas da Vida
85-91917475 – 85-88276026
Por Sonia Mara de Fatima Ferreira
Elias, gosto demais de seus post, acredito que este é o caminho tambem trabalho com musica e poesia atravéz de grupos e com hiphop com adolescentes, estamos tentando iniciar o hiphop com os adultos já encaminhamos projeto estamos esperando o ok para iniciar.
Estas experiencias nos motivam a continuar porque outros como vcs estão no mesmo caminho e acreditam parabens.