O dia 19 de junho foi significativo para o hospital Giselda Trigueiro, pois marca um longo processo de mudanças do modelo de gestão e atenção desse Hospital. Nesta data, foi dado inicio a uma capacitação modulada em gestão participativa que se estenderá até maio de 2010. Talvez, muitos nem acreditassem na concretude dessa proposta, pois vivemos numa profunda crise do setor saúde do RN, que necessita de fortes medidas de gestão e muitas rodas com os trabalhadores para que se encontrem as devidas saídas. No entanto, mesmo diante de uma dura realidade, os diretores Milena Bastos, Carlos Mosca e Ilza Rocha, acreditaram nesse caminho e numa forte parceria com os trabalhadores desse hospital viabilizando a realização do primeiro módulo desse longo processo. Durante o evento me perguntei várias vezes como estava sendo possível realizar um evento daquela natureza, naquele momento. Percebia que, num contexto com tantas dificuldades, estavam ali, profissionais, gestores e usuários, dispostos a enfrentar o desafio das complexas questões que serão colocadas para todos e cada um de nós. Caminho que busca garantir a valorização de todos os que fazem a produção da saúde na instituição e que propõe mudar o modelo de gestão vertical, hierárquico, para um modelo horizontal, participativo, implicando e responsabilizando a todos.
Estavam presentes 60 trabalhadores: diretores, enfermeiros, médicos, vigilante, maqueiro, nutricionista, assistente social, psicólogo, fisioterapeutas, farmacêuticos, auxiliares de enfermagem, auxiliares administrativos e representantes de usuários. Todos participando mostrando compromisso, tentando entender e contribuir com o novo desenho do Giselda. O modulo teve como objetivo discutir a organização dos processos de trabalho através da gestão colegiada e esboçar um primeiro redesenho das unidades de produção. Para tanto, temos contado com o apoio do Hospital Odilon Behrens, que através de uma das suas diretoras, Andréia Torres tem nos ajudado de forma decisiva. Neste módulo, foi ela a conduzir as reflexões sobre a gestão colegiada e unidades de produção.
Também participaram e colaboraram com o módulo, a consultora da PNH no estado, Sheylla Rodrigues que, desde o primeiro momento, vem apoiando e discutindo conosco esse caminho. Contamos também, com o apoio da Acácia Marília do núcleo de articulação da PNH na SESAP e Ana Karla da Coordenadoria de Recursos Humanos. As presenças dos conselheiros e presidentes dos Conselhos de Saúde, Junior Batista, Marcelo Guedes e Francisco Canindé foram importantes para todos nós, pois vimos o compromisso dos conselheiros com essa experiência que se inicia.
No final da tarde, apesar do cansaço, procurava-se concluir os trabalhos e implicar-se com as tarefas gigantescas que teríamos pela frente ao retornar para cada setor do hospital, seja para a assistência ou para os setores administrativos. No final de julho, teremos o segundo módulo, mas até lá teremos muitas tarefas e rodas de discussão nos diversos setores. Para mim, como apoiadora da PNH neste serviço, foi muito gratificante compartilhar esse momento. Foi interessante perceber, além da competência dos trabalhadores, que eles estão abertos às transformações, basta termos coragem e decisão política para sustentar esse caminho.