A PNH por Cleusa Pavan
Somos um grupo de pessoas que pensam/praticam uma clínica transdisciplinar. Alguns princípios e métodos veiculados pela pnh no SUS "nasceram" ou foram inspirados por reflexões clínico-políticas do "povo trans".
Cleusa, em sua fala, refez o percurso histórico da pnh desde os movimentos sociais que possibilitaram/produziram o SUS. Explicitou princípios, métodos e dispositivos que animam as práticas. E adentramos a ALMA da coisa, pois vamos nos contagiando com os acontecimentos e embarcando num devir alegre e potente.
Ao abordar a questão da humanização, ela e nós ( a roda entra em ação ) relembramos a distinção entre modos de pensá-la. Não como um imperativo moral a que estariam submetidos os trabalhadores da saúde, mas como um modo que inclui os sujeitos no jogo de todas as suas implicações de vida. Somos arrastados por devires de toda ordem no contato com o outro, o que nos torna solidários. Dá-se o Encontro.
Cleusa lembra que o tamanho de nosso país,entre muitas outras questões, pode ser um complicador para a irradiação da política. Mas, basta lembrarmos da rede HumanizaSUS e do processo de rápida reverberação.
Por falar nisso, alguém poderia entrar nesta roda, dizer um verso bem bonito pois preciso dizer adeus e ir embora! Tô brincando…Mas, convoco mais gente do "povo trans" para entrar nesta roda e contar mais coisas que não me ocorreram.
Por Erasmo Ruiz
Ocorreu-mem algo quando se pensou a questão da distância e tamanho desse Brasil. A resposta você já deu. Tudo hoje se propaga mais rápido pelos meios "internéticos". mas esse sentido de propagação não pode nos deixar a impressão que aquilo que se propoga é "unico", dizendo respeito a conteúdos apropriados de forma acrítica. O fascinante quando caminhamos por esse Brasil afora é perceber que existem inúmeros modos de fazer que vão produzindo sincretismos entre perspectivas mais sistematizadas com aspectos que dizem respeito muito mais às perpectivas culturais do local onde essas práiticas vão se desenvolvendo. Do meu ponto de vista, isso acaba sendo facilitado também pelo método proposto pela PNH ao enfatizar as formas de inclusão como paradigma. Assim de um espaço para o outro, a PNH se funde com a ciranda, o frevo, o boi, o carnaval, o São João, as tradições populares, o cordel enfim, inúmeras experiências da cultura popular que fazem uma espécie de transcodificação simbólica da política gerando novas práticas embasadas nas anteriores. A princípio acho isso muito bom posto que o cotidiano e, mais precisamente o SUS, são elementos muito mais complexos do que qualquer avaliação política que se faça deles. Neste sentido, as ações devem refletir essa complexidade e diversidade. Abração do ERASMO