AMPLIAR REDES DE TROCAS DE EXPERIÊNCIAS PARA DIFUNDIR A PNH NO HGF

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Integrando a rede assistencial de Fortaleza, o Hospital Geral de Fortaleza (HGF) enfrenta os graves problemas de superlotação, dificuldades de acesso e insatisfação dos usuários com o atendimento, encontradas em outras realidades semelhantes. O Grupo de Trabalho de Humanização, juntamente com a Educação Permanente, área de Recursos Humanos do hospital vem trabalhando no sentido de disseminar os princípios e diretrizes da PNH, implantar a classificação de risco, os colegiados gestores, o conselho local e processos de co-gestão.
Este processo tem sido apoiado pelas consultoras da PNH, Annatália Gomes e Luciana Mesquita, e tem contado com o apoio também de outros consultores como Mirela Pessatti, Clara Sette e parceiros do Odilon, Suzana e Yara que estiveram em seminário no Hospital, realizado recentemente , compartilhando o processo de implantação da política naquele equipamento de saúde. Foram realizadas muitas ações como a contratação de enfermeiros para a equipe do acolhimento, reuniões com a rede de atenção, cursos, oficina sobre fluxo, articulações com a comunidade local, entretanto, persistem muitos desafios entre eles, despertar no coletivo dos gestores e trabalhadores a motivação para o engajamento na mudança das práticas de atenção e gestão.
Como parte deste caminhar foi organizado um curso visando envolver 50 trabalhadores, gestores e membros do GTH do hospital interessados em atuar como multiplicadores da Política Nacional de Humanização e do Acolhimento. O curso é uma continuidade de outro programa anteriormente desenvolvido englobando o SUS, a PNH, os direitos dos usuários e o atendimento humanizado.
O curso teve início com uma apresentação do teatro Trupe da Saúde, formado por profissionais do hospital e coordenados pela Dra. Sonia Paranaguá de Santana especialista em Psicodrama. O teatro espontâneo permitiu que a partir de cenas do cotidiano, a platéia refletisse as questões da humanização. O principal tema trazido à cena foi a escuta, expressa em imagens corporais e metamorfoseada pelos participantes que se integraram como protagonistas trabalhando as imagens. Aprofundamentos e compartilhar de experiências e afetos enriqueceram as trocas e os debates. As cenas vividas no teatro foram citadas durante todo o curso propiciando a ligação entre os conceitos e a prática.
Os conteúdos básicos que integraram o programa foram: A PNH, o acolhimento nas redes de produção de saúde, a ambiência, a gestão participativa e co-gestão, a discussão da trajetória empreendida até o momento e o pensar das estratégias de mobilização e multiplicação com o coletivo hospitalar. Participaram como facilitadoras as consultoras da PNH: Annatália Gomes, Luciana Abreu Mesquita, Lucyla Paes Landim. As discussões e debates possibilitaram “um olhar ampliado sobre a humanização no hospital e enxergar formas de melhorar” afirmou um participante, “foi uma oportunidade de aprendizado maravilhosa”, “estamos mais fortalecidos”, “cada vez que nos encontramos vemos o grupo dos que querem se a mudança aumentar”, foram algumas das falas dos participantes.
Os trabalhadores engajados neste movimento indicam potência, possibilidades de mudanças, mas somente com a participação ampliada de gestores e trabalhadores de todo o hospital será de fato potente essa rede que começa a ser tecida em direção ao acolhimento enquanto diretriz ético-estética-política. Isso por que vontade e desejo precisam aliar-se a decisões políticas e de gestão que criem o suporte necessário e ofertem condições suficientes para o cuidado ético. O método da PNH pressupõe trabalhadores, gestores e usuários incluídos na tomada de decisão e discussões dos processos de trabalho, sem esta prerrogativa, podemos correr o risco de “malhar em ferro frio”. O trabalho, portanto, de contágio da PNH no HGF a partir dos que se envolveram até agora, propagando para outros se faz imprescindível, aliado a um compromisso do corpo gerencial e participação dos usuários.
Annatália Gomes – Coordenadora Regional NE II/PNH/MS