Roda de Conversa discute o olhar peculiar do documentário Dr.Melgaço sobre o SUS em Brasília-DF
Nessa sexta-feira(11), último dia da Semana Nacional de Humanização houve a exibição do documentário: “Dr. Melgaço”, em seguida o espaço foi aberto para debate, no Auditório Emílio Ribas, no Ministério da Saúde em Brasília-DF.
Realizado com financiamento coletivo, o documentário retrata a implantação do Programa Mais Médicos em Melgaço, município do arquipélogo de Marajó no Pará. Melgaço possui o menor IDH do Brasil segundo o estudo divulgado em 2013 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O debate contou com a presença: do coordenador da PNH, Gustavo Nunes de Oliveira; professoras do Departamento de Saúde Coletiva da UNB; a diretora do documentário, Alice Riff; representantes do CGGAB/DAB; conselheiros de saúde do Estado do Piauí; apoiadores da PNH; trabalhadores do Ministério da Saúde; entre outros.
Confira aqui o documentário que é uma produção do site Diário do Centro do Mundo em parceria com a produtora Grão Filmes.
"O documentário segue a lógica da Atenção Básica, que ocorre fora do hospital e das unidades de saúde, a discussão trazida é um olhar sobre alguns dos problemas encontrados em Melgaço, que não está só na saúde." (Alice Riff, diretora do documentário).
"Trabalhei no acolhimento das médicas que aparecem no filme, esse processo ocorreu aqui em Brasília e foi uma das melhores experiências que tive em minha vida. A PNH trouxe essas inquietudes com a Semana Nacional de Humanização nos fazendo pensar em todas essas potencialidades e problemáticas." (Shirlei Bastos, Coletivo MS).
"Fiquei muito surpresa ao assistir o documentário. Ele tinha que ser visto na TV aberta, nas praças, nos eventos e conferências porque desperta militância e nos faz refletir nossa escolha em se trabalhar com saúde. O programa Mais Médicos evidencia muita coisa: a receptividade, as condições de trabalho, os interesses obscuros de alguns, as situações precárias e nos faz ver como somos privilegiados." (Jimeny Santos, apoiadora PNH).
"Temos de fomentar uma comunicação governamental bem feita. É necessário criar escutas reais. Criar uma comunicação ampla, ouvir as diferenças. O Dr. Melgaço traz com muita assertividade essas problemáticas." (Marcos Botelho,cineasta do DAB).
"Nosso modelo de atenção básica muitas vezes se opõe ao olhar das cubanas para as iniquidades que Melgaço traz, o olhar paras essas peculiaridades é fundamental." (Geórgia da Silva,apoiadora da PNH).
"O documentário é uma discussão sobre motivação, responsabilidade social, missão humanitária e o olhar de profissionais, em sua maioria, muito experientes." (Leonor Pacheco, professora da UNB).
"O filme me leva para outro lugar. É uma discussão que nos leva muito além da lógica do cuidado mercantilizado. Nosso trabalho deveria ser: dar, receber e retribuir." (Patrícia Bezerra,coordenadora geral da Atenção Básica).
"Trazer o Melgaço para esse ambiente é uma ótima oportunidade, e isso deveria ser mais utilizado nos espaços como: as escolas, universidades, governos, movimentos sociais, entre outros. Talvez a maior riqueza aqui seja a discussão de pensarmos o que é o SUS? Os cubanos potencializam o que pode ser feito e não reclamam tanto. A PNH valoriza as experiências sendo elas boas ou ruins." (Gustavo Nunes de Oliveira, coordenador da PNH).
*Fotos:Tiago Machado