Trabalhadores do Ministério da Saúde debatem a humanização do SUS
A Roda de Conversa como o Tema: Humanização, foi realizada hoje no Ministério da Saúde em Brasília-DF, reuniu cerca de 20 pessoas, entre: trabalhadores, gestores e usuários do SUS.
A atividade foi promovida pelo Coletivo MS em parceria com a Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas (CODEP), vinculada à Secretaria Executiva/MS.
O primeiro momento foi destinado para que os convidados, que puderam trazer seus questionamentos para a equipe do Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização (PNH) e para o coordenador nacional da PNH, Fábio Alves que também esteve presente.
“Somos todos feitores do SUS! Temos que mudar a prática de fazer com que os pacientes no SUS sejam vistos como números. Um paciente terminal, por exemplo, não deveria ser um algarismo, e sim uma pessoa.” (Roney Fraga da Silva- CODEP)
“Nossa intenção em participar junto com a PNH é contribuir com o diálogo para que isso se torne, finalmente uma prática.” ( Isabela Rangel- CODEP)
“Meu neto sofreu uma queimadura de 3° grau e foi atendido de forma humanizada no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), tivemos apoio psicológico, não só o médico, como toda a equipe se mostrou atenciosa durante todo o processo sofrível que passamos. Durante um dos procedimentos mais dolorosos o médico se colocou ao lado de meu filho que ali era um pai desolado, não como profissional, mas, como amigo.” (Aimee Rocha-CODEP)
“O ponto eletrônico por muitas vezes coloca-se como ponte dificultadora nos processos de trabalho que deveriam ser humanizados. Os trabalhadores passam por situações angustiantes, e tem sempre que se justificar porque estão fora de suas baias de trabalho, como se estar ali fosse de fato o mais primordial para o trabalho acontecer. Práticas humanizadoras devem entender e buscar soluções também para quem trabalha.” ( Rubens Bias- DAPES)
O debate jogou luz sobre os vários sujeitos que compõem a saúde pública. Trabalhadores que lidam com os desafios do SUS, alguns deles, sendo também usuários do sistema que nos últimos anos avançou em termos de inovação tecnológica e formalização de projetos, mas, que ainda esbarra na construção desafiadora que é entender os vários públicos e demandas de uma sociedade cada vez mais questionadora.
O encontro teve a participação da coordenadora da CODEP, Tereza Cristina Leite Martins, ela problematizou a falta do diálogo entre gestores e trabalhadores e citou algumas das diretrizes da PNH como caminho resolutivo:“Temos que discutir a gestão verticalizada. Como podemos humanizar ainda mais os processos de trabalho? Creio que seja a partir da Gestão Participativa e da Cogestão,” afirmou.
No segundo momento o debate foi voltado para a PNH responder as perguntas e falar mais sobre a Humanização e suas Diretrizes.
“Precisamos de um olhar atento e voltado para nossas práticas, criar outras maneiras de fazer. O cuidado do trabalhador baseado na autonomia também é um desafio para a PNH. O trabalho por contagio fortalece o conjunto.” (Cathana Oliveira- PNH)
“Há de se reconhecer a complexidade do sistema público. Precisamos de capacidade em compreender as relações do trabalho e da gestão. Que vai muito além de regras e das vias burocráticas.Temos que levar em conta o poder dos trabalhadores, o afeto e a produção de conhecimento.” (Fábio Alves- coordenador nacional/PNH)
“Humanizar é termos habilidade em reconhecer nossa humanidade, e só a partir disso seguir para o mundo. O processo de construção do SUS começa em nosso cotidiano.” (Jimeny Santos-PNH)
“Agenciar relações não é uma coisa fácil. É necessário criar arranjos produtivos, espaços para discutir cotidianamente. Para o SUS acontecer temos que ir além de nossas relações formalizadas, o usuário não tem culpa de nosso problemas! Conseguimos fazer isso com a Clínica Ampliada , com o uso das novas tecnologias, com relação de cuidado com os indivíduos e aumentando cada vez mais nosso grau de comprometimento.” (Fábio Alves- coordenador nacional/PNH)
Ao final da roda de conversa houve a distribuição de materiais da PNH para os convidados a fim de que possam aprofundar seus conhecimentos acerca da Humanização. Além disso, todos os presentes preencheram um formulário com sugestões para as próximas discussões, que poderão contemplar outras áreas do Ministério da Saúde com seus temas e programas específicos.
Por MARIA EMÍDIA MIGUEL DA FONSECA
Li o Post, vejo muitas discussões e poucas práticas… o grupo técnico é importante, mais existe muitas reuniões centralizadas, acredito que tem que descentralizar para outro Estados, não só em capitais mais nas regionais de saúde, mais conversa com gestores municipais….