Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão no SUS – Desmistificar é preciso

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Luciane Chaves 31/08/2014

Humanizar: tornar humano; dar condições humanas a. Assim como o significado etimológico da palavra, é que se faz a Política Nacional de Humanização (PNH). Protagonista na ação de diversos atores, a PNH permite por meio de suas ações, dar acesso a condições humanizadas capazes de mudar o atual panorama da saúde no Brasil, provando que, apesar das dificuldades e desafios, o Sistema Único de Saúde (SUS) é real e eficaz.

Pesquisa divulgada, em julho deste ano, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) mostra que na lista de prioridades do eleitor brasileiro para este ano eleitoral o principal problema e o item mais lembrado foi a saúde.

Previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e na Constituição de 1988, o direito à saúde é uma realização progressiva no país e um importante compromisso do Estado no sentido de adoção de medidas para garantir o respeito ao direito humano à saúde. A PNH contempla a diversidade não só na assistência prestada pelo SUS, assim como na garantia ao direito pleno à saúde constitucionalmente oferecida. Ela reforça o papel do SUS como um Sistema irreversível e concreto, mas que apesar de seus 26 anos de criação, ainda encontra-se carente de aperfeiçoamentos.
Dessa forma, busca-se cada vez mais, a evolução desta política, para que ela se consolide, reforçando cada vez mais o que está previsto na Constituição e na Lei. Somente com a evolução da PNH é que o acesso, a qualidade e a humanização do atendimento serão plenamente desenvolvidos.

Para isso, se faz necessário a atuação em todos os níveis envolvidos no Sistema Único de Saúde – desde a gestão até os usuários –, para que essa rede de diálogo consiga desmistificar o preconceito que a grande maioria da população tem em relação aos serviços oferecidos pelo SUS.

A implementação efetiva da humanização da atenção e gestão no SUS perpassa pelo melhor atendimento ao usuário e valorização dos profissionais de saúde no dia-a-dia dos seus fluxos de trabalhos. É transformar os modelos de gestão e de atenção básica da saúde por meio de reflexões concretas, de maneira integrada com as diversas áreas profissionais e especialidades da saúde. Além de tudo, é tratar a saúde e o SUS como um direito essencial do cidadão, uma conquista da sociedade que deve ser mantida e tratada como prioridade e com ética.

Dessa forma, percebe-se que esse é um dos grandes objetivos da PNH, transformar o que está no papel como política pública em realidade a ser sentida pela população, pelo usuário atendido no SUS.

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4 Comentários

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Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg

Acolhemos a tua postagem para o processo seletivo do novo comunicador da Política Nacional de Humanização e te convidamos para navegar nesta experiência virtual de fortalecimento do SUS.

Por Pablo Silva

Muito boa a abordagem. Reflexão interessante sobre o Direito à Saúde e seu contexto político atual.

Precisamos melhorar a Saúde Pública do nosso país.

Por fabiobhalves

Olá Luciane.
O que você entende como Direito a Saúde? Este é um bom tema.
Qual estratégia a PNH deveria usar para aprofundar este tema?
Saudações de Fábio BH Alves e até a VITÓRIA!!! ( Coordenador da PNH)

    Por Luciane Chaves

    Olá Fábio BH Alves,
    Para mim, o direito à saúde tem como maior objetivo o valor da igualdade entre as pessoas – valor de igualdade este repassado por meio da oferta de serviços, em nosso caso, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a todos, sem distinção e de forma igualitária. Promovendo, desta forma, a recuperação da saúde de todos os brasileiros, independente de onde moram, se trabalham e quais são os seus problemas de saúde.
    Hoje cedo ao assistir uma matéria no jornal “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, me deparei com um ótimo exemplo de como tal fato vem acontecendo em nosso País e, principalmente, que o que foi reconhecido na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, vem sendo cumprido:  “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.

    Intitulada “Planos de saúde repassam mais de R$ 180 milhões de reais ao SUS”, a matéria falava sobre o atendimento na rede pública a pacientes que têm plano de saúde. De acordo com o que foi comentado, este valor, repassado dos planos de saúde ao SUS, referente somente a internações (estão sendo negociados para o futuro o repasse, também, de exames, consultas e remoções) vem sendo comemorado pelo Ministério da Saúde, pois nunca se alcançou um número tão alto como este. Ainda segundo dados apresentados na matéria, de cada 10 pacientes atendidos no Instituto do Câncer, em São Paulo, dois são segurados do plano de saúde. Acredito eu que este número deve se repetir em outros hospitais.
    A referida matéria me fez pensar no motivo pelo qual os segurados de planos de saúde têm procurado, cada vez mais, os hospitais e os tratamentos oferecidos pelo SUS. A primeira coisa que pensei foi na burocracia dos planos de saúde. Mas a matéria relatou que não é só isso, relatou que as pessoas buscam lugares de referência e credibilidade para seus tratamentos, lugares e tratamentos estes oferecidos pelo SUS.
    Tal fato comprova que o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Sistema Único de Saúde, acredito eu que seja um trabalho que gera resultados a longo prazo, tem sido feito de forma eficiente, de forma a renomar hospitais públicos de atendimentos especializados como os melhores do Brasil, garantido, assim, o direito pleno à saúde universal a qualquer pessoa que do Sistema precisar.
    Quanto à segunda questão, eu como comunicadora penso que a PNH deveria explorar, do ponto de vista comunicacional, assuntos como estes que, muitas vezes, não chegam a todos. Bons exemplos deveriam ser abordados nos mais diversos meios de comunicação, para que, como citado no meu texto, a credibilidade do SUS seja desmistificada.
    A credibilidade do SUS está diretamente ligada à tomada de responsabilidades por parte do Estado. O grande mote é mostrar que o SUS é muito maior do que simplesmente ter postos e hospitais de saúde.
    Espero ter respondido as suas indagações.
    Abraços.