PET Saúde Gênero e Sexualidade, ai eu to babando!
Quem me conhece sabe que eu sou "babona", "mãezona" e "chata" tb claro. Não tem mãe que não seja chata, né? Quem é filho sabe disso. Ai mas como foi bom poder ser chata em um ambiente de Educação Permanente com alunos de graduação de psicologia, medicina, enfermagem e serviço social e ver os resultados nas carinhas deles todos. Vi nos últimos 2 anos esses meninos e meninas se apropriarem dos seus saberes no cenário de práticas da atenção primária. A super educadora, professora da Medicina Integral da UERJ Regina Moura que traz pra discussão da saúde a importância de se atentar para o Gênero e Sexualidade, mais esse grupo de parceiros preceptores e os aprendentes me fizeram muito feliz esse tempo. To fazendo um lutinho com um orgulho "da peste".
<3 só love so love.
A sensação é de dever cumprido e de ter plantado sementinhas pro fortalecimento do SUS.
Quero compartilhar com os meus parceiros da Rede HumanizaSus um videozinho onde eles contam um pouco do que viveram. Vejam o que eles contam:
beijos a todos e um final de ano esperançoso e cheio de amor.
Por deboraligieri
Karen querida.
Lindo o trabalho de vocês com essa turma, parabéns a toda equipe! Percebemos o carinho e investimento de energia, e também extrema competência dos desenvolvedores do projeto, através das falas dos alunos. Achei muito curioso num momento em que um deles começa a falar das reuniões. Achei que ele se queixaria sobre muitas reuniões, mas, ao contrário, ele queria mais! Os afetos são possíveis também à distância, mas a presença física parece ser ainda importante, a corporização da equipe para a discussão. Fiquei imensamente otimista com isso!
E a questão tratada é de suma importância. Trago aqui minha experiência com as questões de gênero e sexualidade em relação ao diabetes. Muito se fala sobre o risco de impotência (masculina) com o descontrole do diabetes, mas quase nunca se fala sobre as consequências desse descontrole no campo sexual feminino. Diabéticas com a glicemia descontrolada tem dois sérios problemas: aumento da vulnerabilidade para infecções urinárias (em função da quantidade de glicose eliminada pela urina) e ausência de lubrificação vaginal (em função de problemas nas terminações genitais nervosas – talvez essa caracterização não esteja completamente correta, médicos da RHS me corrijam se eu estiver errada nessa explicação técnica). Falando-se pouco ou nada sobre esses problemas acarreta maior ocorrência deles.
Tive problemas em ambos os campos.
Durante uns 6 meses, tive candidíases recorrentes (o que numa mulher sem diabetes provoca coceiras, numa mulher com diabetes causa bolhas de pus intravaginais). Consegui resolver o problema conversando com meu médico e testando algumas alternativas: ele me aconselhou que, quando a glicemia estivesse acima de 200 mg/dl, após urinar limpasse com água para eliminar a glicose. Comecei a utilizar o mesmo parâmetro para as relações sexuais: glicemia acima de 200 mg/dl, nada de sexo! Nunca mais tive candidíase.
Quando a glicemia fica descontrolada por um longo período, a lubrificação é mais difícil. Dai o brasileiro médio que brinca com tudo me responderia: uai, é só lubrificar então, põe um KY aí! Mas a questão é que na cabeça da gente não é tão simples assim: a mulher se sente frígida, incapaz de corresponder ao parceiro, e o homem se sente incapaz de estimular sua parceira. Psicologicamente, isso é horrível! Mas das inúmeras ginecologistas que fui em minha vida, apenas uma (a que agora me acompanha) me perguntou se eu tinha problemas com lubrificação.
Então, fico muito contente de ver uma turma de professores e de alunos tão dedicados ao assunto. Isso significa melhor saúde para todxs!
Grande beijo,
Débora.