Uma Experiência Muito Pessoal Com a Morte
Amigos e amigas! esse ano de 2014 foi muito impactante.Pela primiera vez na vida tive que lidar de maneira mais direta e concreta com o problema da morte pessoal…da minha morte, individual e intransferível.
Em abril fui a emergência de um hospital com fortes dores abdominais. Na tomografia foi diagnosticada uma diverticulite. Junto com ela uma suspeita de câncer de cólon que se confirmou com a biópsia.
Fui submetido a cirurgia para uma colostomia provisória junto com retirada do tumor que para minha felicidade não apresentava metástases. Vamos dizer que tive aulas práticas de tanatologia e que hoje serei um professor melhor em sala de aula.
Nos últimos meses passei por sessões de quimioterapia. Hoje, no final do ano praticamente, estou completando a 12a sessão de 12. Enfim, espero que o cãncer de cólon tenha ficado em 2014 e que em 2015, mais cheio de vida porque encarei a morte, possa retornar com muito mais vigor e alegria.
De público agradeço a todos pelos gestos de carinho, pelas orações e pelos apoios que tive. Um dos sentidos da vida com certeza se constroi a partir dos gestos de solidariedade. Assim, por favor, desmitam os ruidos: NÃO ESTOU BIOMEDICAMENTE MORRENDO (Haja visto que no plano filosófico estamos morrendo desde o nascimento) e NÃO ESTOU ME APOSENTANDO POR INVALIDEZ.
Ter câncer não é uma sentença de morte. As vezes podemos inadivertidamente "matar" alguém antes da hora a partir de gestos e ações que increvem-se nas faces, seja pela piedade exagerada, seja pela indiferença cultivada pelo medo.
É preciso viver eternamente enquanto a vida com dignidade permanece, com alegria, contentamento e fraternidade. FELIZ 2015 e CARPE DIEM!
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Tua mensagem reforça a luta pela potencialização de uma rede de afetos e trocas cheia de vitalidade como é a RHS!
Um grande e desafiador ano para todos,
beijo da Iza