Olá!
Compartilho com vocês um vídeo produzido pela Rádio Web Saúde – UnB feito por alunos da Saúde Coletiva.
Na aula sobre "Modelos de Atenção à Saúde" enquanto era discutido como que ainda é muito forte o modelo médico hegemônico logo me veio a cabeça esse vídeo, principalmente em um momento da aula em que foi dito que o profissional de saúde inserido nesse contexto biomédico entende e age como se o paciente fosse um objeto do seu trabalho que não entende/sabe de nada, e que somente ele, o profissional, é detentor do saber, afinal, o ambiente e domínio é do profissional, o paciente ali é somente uma visita que veio para receber a "prescrição do dia" seja ela qual for e de que profissional for.
Logo depois foi comentado que devemos mudar isso para não produzirmos pessoas dependentes de nós, seres infantilizados. Nós temos que ser profissionais produtores de saúde, de vida e que estimule o auto cuidado, profissionais que impulsionam as pessoas a participarem/decidirem sobre as necessidades de saúde delas, profissionais que acolham, cuidam e que produzam relações mais solidárias e humanizadas.
15 Comentários
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Por daianesilva
Obrigada pelo seu relato aqui no meu post, muito enriquecedor!
Penso que esse profissional não dialogou com os outros usuários também, pois como você mesmo disse que quando o questionou se poderia ser tal coisa ele disse que não por causa do sintoma. Se vc que estava buscando esse diálogo, ele não levou muito a fundo, imagina para quem estava lá e não tem o conhecimento da importância dos seus saberes, o profissional lidaria diferente com eles? Penso que não.
Também espero que esse cenário mude para melhor, e sei que fazemos parte disso, a mudança somos nós hein ! rsrsrsrs
beijos
Por Priscila Torres
Daiane, parabéns pela escolha do vídeo.
Achei muito bom, não conhecia… Os meninos tiveram uma ideia muito boa mesmo.
Tem tudo a ver com a nossa discussão de modelos de atenção à saúde, os usuários acabam se tornando objeto de trabalho do médico, que considera as enfermidades apenas como partes separadas a serem cuidadas e não o sujeito como um todo inserido em um contexto social.
Por daianesilva
Muito obrigada!
Os trabalhos deles são ótimos, depois da uma visualizada nos outros vídeos deles no youtube https://www.youtube.com/user/radiowebunb
Sim, me chamou a atenção justamente por isso, onde o usuário é objetivado e as consultas acabam sendo todas "iguais" como é mostrado no video.
Por Mayaranepomuceno
Daizita!
Concordo com seu ponto de vista e confesso que não sabia da existência desse canal no youtube. Acredito que casos como o da Loyanne são muito comuns e como ela mesmo disse "espero que esse cenário mude para melhor, e sei que fazemos parte disso, a mudança somos nós'' haha
Beeijos
Por daianesilva
Olhe os outros videos deles no youtube, você vai gostar..
Olhe esse aqui que trata sobre a sobrecarga de trabalho dos profissionais https://www.youtube.com/watch?v=XUIY-p_unU4
Também acredito nisso!
beijos
Por deboraligieri
Queridas Daiane, Loyanne, Priscilla e Mayara.
Enquanto usuária do SUS de carteirinha, fico muito contente de perceber em vocês o entusiasmo pela transformação dos serviços de saúde para que seja algo centrado nos sujeitos e não em suas patologias.
O que acho que não está no vídeo é a questão do profissional de saúde enquanto sujeito, tão dotado de direitos quanto os usuários. O modo de produção capitalista, que faz do tempo um luxo com valor monetário, prejudica todas as pessoas envolvidas no serviço de saúde. Participando de algumas aulas com alun@s da área de saúde, percebo que a grande aflição de tod@s é como prestar um atendimento humanizado, com tempo para investir no aprofundamento da escuta, se a demanda de serviços no setor público é tão alta e a oferta muitas vezes bem mais baixa. Não só na saúde, mas também nesse setor, vemos muitos profissionais trabalhando em uma carga horária muito maior do que conseguem suportar, e sem qualquer tempo para dispor com outras atividades além do trabalho, inclusive para estar junto das pessoas que amam. Daí ficamos nesse ciclo de falta de escuta, até de si próprio, porque mal temos tempo para pensar em nosso projeto de felicidade.
Essa é uma lógica que devemos buscar combater, pois além de diminuir as chances de felicidade d@s profissionais e das pessoas atendidas, acaba por legitimar a mercantilização da saúde e calcificar a concepção de que serviços privados são melhores, entendimento que as inúmeras ações judiciais contra planos de saúde provam ser ilusório.
Como vocês disseram, todos nós somos a mudança, e devemos lutar cada em seu nicho de atuação contra esse sistema que aniquila as pessoas e as transfroma todas em objetos de consumo em benefício de poucas pessoas e alguns grupos empresariais.
Abraços,
Débora
Olá Débora, concordo com o que diz, e gostaria de compartilhar um outro vídeo que também foi produzido pela equipe da Rádio Web Saúde – UnB que retrata um pouco da sobrecarga de trabalho do profissional de saúde, ele mostra que muito trabalho afeta o profissional de uma forma negativa (que no vídeo, acaba por enlouquecer o profissional). As vezes as pessoas se confundem a ideia principal do vídeo ao achar que estávamos satirizando a forma de atender dos profissionais generalistas, mas pelo contrário, o objetivo é esse, mostrar que o profissional, quando esta sobrecarregado, tem dificuldades ao oferecer o cuidado de uma forma mais humanizada.
Segue abaixo o link do vídeo no youtube:
Por daianesilva
Esse entusiasmo, pelo menos em mim é algo que foi e vai sendo construído aos poucos de acordo com o conhecimento que eu adquiro… e espero que ele aumente para que de alguma forma eu realmente faça parte da mudança.
Obrigada por compartilhar essa visão que não está no vídeo. Realmente a sobrecarga de trabalho é um empecilho no momento de se realizar um atendimento mais humanizado e é algo que como futura gestora sei que devo buscar alguma solução para amenizar. Ia compartilhar mais um vídeo da Rádio Web Saúde – UnB que trata sobre o assunto, mas o Alexandre compartilhou, então apenas reforço a indicação.
Abraços
Daiane
Por LuaDias
Parabéns pela escolha do vídeo, o DIGA 33 é um quadro que tinha na Rádio Web Saúde UnB. Lá tem outros vídeos bem legais, que mostram o modelo de saúde baseado na patologia. https://www.youtube.com/playlist?list=PLgm0WicHSAs8Ywh6_NnaulqdXcry6WUK5
Precisamos para de dividir o ser humano de acordo com as especialidades, é necessário cuidar do indivíduo como um todo.
Abraços
Luana Dias
Por daianesilva
Obrigada!
Cheguei a ver a maioria dos vídeos deles do diga 33 e realmente são bem legais. Sim, precisamos cuidar inteiramente do indivíduo!
Abraços
Daiane
Por barbaramariareis
Daiane,
Amei o vídeo. Não o tinha visto ainda, ideia muito boa da Rádio Web mesmo!
O mais interessante é que trata exatamente da nossa aula. Nós, enquanto pacientes, no sentido literal da palavra, de ter paciência, primeiro para esperar uma consulta. Segundo, para ter paciência e tentar compreender as consequências que o atual modelo biomédico traz. É incrível que se perguntarmos para qualquer pessoa, cada uma tem uma história que já passou em algum momento da vida que condiz com esse modelo.
É preciso que nas consultas, domiciliares e nos consultórios, os trabalhadores de saúde possam atender o paciente com suas dimensões psicológicas, de trabalho, físicas, intelectuais e não somente dar atendimento e fazer prescrições para órgãos específicos, um coração, um rim ou um pulmão.
Bjos,
Bárbara
Por daianesilva
Muito bom que você gostou do vídeo.
Exatamente o que eu achei, que "casava" bem com a aula que tivemos. Realmente também acho que muitos por algum momento da vida já vivenciaram algo que remete a esse modelo.
Verdade, precisamos ser mais do que nossas doenças…
Beijos
Por stephanieteles
O vídeo retrata uma realidade não muito distante da nossa, que devemos mudar e assim otimizar o atendimento aos usuários. Saber ouvir o outro e perceber suas diferenças são detalhes essenciais para o desenvolvimento do atendimento em saúde. Na verdade, em todas as áreas é importante se colocar a frente de certas situações com atenção e humanização.
Por daianesilva
Exatamente Stephanie !
Por Loyanne
Oi, Dai 🙂
Achei engraçado porque isso aconteceu muito comigo. Ontem fui ao pronto atendimento médico devido a uma dor de cabeça muito forte. Achei engraçado porque, no momento do atendimento, além do profissional não ter me escutado direito (e olhe que desta vez eu falei alto, sério, sério! kkkk), pois um dos sintomas que eu disse para ele, ele, ao final, depois de eu questionar se não poderia ser tal patologia, ele disse que não poderia ser porque não tive um sintoma que eu havia dito para ele antes que tive, ele passou um remédio para aliviar a dor, e disse que se no dia seguinte (no caso, hoje) voltasse, que era para eu voltar ao pronto atendimento… Fiquei imaginando as pessoas que não tiveram o contato com esse saber ainda. Mediante a fala dele, senti que havia um certo incentivo para consumir mais os serviços de saúde. Não me disse o que eu provavelmente poderia ter, nem alguma possível mudança de comportamento, mediante o seu diagnóstico, para atuar como aliado junto a medicação… O pior: a maioria das pessoas que estavam na sala recebendo a medicação junto a mim, por uma dor, tive a impressão de que eram dores que podem ter sido decorridas de algum comportamento: má alimentação, ou um pequeno stress, essas coisas que por mudanças de comportamento são solucionáveis… Será que ao menos esse profissional dialogou com aqueles usuários sobre isto? Pois comigo, sinceramente, não conversou….
Enfim, desabafo aqui, ehehehhe. Espero que um dia esse cenário mude, e para melhor, cada vez mais.
Beijo.
Loy.