O que fazemos para a Rede funcionar?
Lendo um pouco da publicação de Eugênio Vilaça – "As redes de atenção à Saúde (2011)", fiquei refletindo sobre o atual cenário em que o SUS se encontra.
"As mudanças da APS implicam que ela seja apropriada como uma estratégia de reorganização dos sistemas de atenção à saúde e, não meramente, como um programa para pobres em regiões pobres ou como um nível de atenção à saúde exclusivamente. A interpretação da APS como estratégia de organização do sistema de atenção à saúde implica entendê-la como uma forma singular de apropriar, recombinar, reorganizar e reordenar todos os recursos do sistema para satisfazer as necessidades, demandas e representações da população, o que resulta em sua articulação como centro de comunicação das redes de atenção à saúde."
Este trecho, em específico, me fez pensar em todo o ideal que foi pensado e construído para que o SUS, um sistema que visa garantir saúde a todos os cidadãos, seja de qualidade, e que ao mesmo tempo se evite gastos desnecessários – gastos que poderiam ser mais bem empregados em outra "ocasião". Neste sentido, a atenção primária à saúde (ou atenção básica, em um "jeitinho brasileiro") ganhou um peso, uma responsabilidade muito grande, e objetivou-se estratégica no sentido de poder ofertar à mais pessoas a assistência à saúde. No entanto, mesmo assim, continuamos, ainda que adote-se estratégias que visam "aprimorar" a APS, a operar numa lógica diferente.
Fico a pensar que talvez nos seja necessário a cultura de dialogarmos mais sobre estes assuntos, estes temas, e que são de extrema importância. Que não fique só no âmbito da academia, dos profissionais, mas também entre a população – e aqui vai minha imensa admiração pela RHS. Acho que talvez nos falte sentir mais, mais do que apenas dizer palavras soltas no ar, porque "fulano" ou "ciclano" disse, ou pensa, ou estudou, ou comprovou…
Por fim, acho relevante que nos questionemos sempre: O que fazemos para a Rede funcionar?