Integração entre os níveis na informatização do sistema.
No Artigo “Desafios à coordenação dos cuidados em saúde: estratégias de integração entre níveis assistenciais em grandes centros urbanos”, foi citado um estudo de Hofmarcher e colaboradores, onde foi identificado quatro áreas em que processos de reforma poderiam potencializar a capacidade operacional do sistema, que seriam: 1) aprimoramento da coleta e disseminação das informações. (Não sei se alguém aqui já passou por isso, mas eu como usuária e acompanhante já presenciei diversas perdas de prontuários), 2) mudanças no primeiro nível de atenção para o atendimento das demandas, principalmente de doenças crônicas, 3) Intervenções no setor ambulatorial (já que muitas pessoas precisam passar por esse “processo” e 4)Integração entre os níveis assistenciais e mais complexos (esse ponto, coitado, nem existe!). Identificados estes 4 “processos”, podemos dizer que (talvez) utopia nós vemos por aqui. Seria cômico se não fosse tão trágico. Não entendo a dificuldade, aliás, entendo sim. Em um país onde a corrupção já virou patrimônio cultural, ter um sistema vivo e ativo que interligue todos esses passos, dificultaria (em caso de uma fiscalização, também inexistente), os pequenos-grandes-furtos. Será por isso que não conseguimos colocar na internet prontuários ou resultados, onde o usuário, de qualquer lugar, poderia ter acesso e apresentar ao médico, mesmo que fora daquela unidade de origem. Seria tão lindo e tão interessante. Não acham?
Os resultados apresentados no artigo citado, mostrma uma diferença regional no abastecimento e no acompanhamento da integração entre os níveis de complexidade. Mas sendo “parecido” em regiões distintas e em níveis distintos. Levando-nos a acreditar que se de fato houvesse uma cobrança no fluxo de informação, talvez funcionasse bem, ou pelo menos teríamos dados palpáveis.
Seria muito mais fácil avaliar e criar uma gestão positiva, se tivéssemos à mão dados importantes. E no caso dos gestores, facilitaria até para a organização orçamentária e destinação correta de recursos.
Quando se falou há um tempo atrás da sistematização de processos de saúde, muitas pessoas se colocaram contra alegando que “planos de saúde” poderiam ter acesso à informações confidenciais… não vou entrar no mérito de boatos, mas acho que vale a pena pensar que processos como estes, ajudariam (e muito) na organização do sistema, não apenas por tê-lo tão acessível, mas imaginando que isso ajudaria a saúde do outro, não arriscando perda de prontuários devendo ser, também, obrigação do médico o preenchimento. Diferente do que vemos com as pessoas que se formam para uma área x da saúde e acabam virando secretárias dentro dos consultórios ou centros de atendimento.