Quanto pesam o petróleo e as armas

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Quanto pesam o petróleo e as armas

· À Roaco o Pontífice volta a denunciar a dramática situação dos cristãos no Médio Oriente ·

 

É necessário no Médio Oriente um esforço «para eliminar aqueles que são considerados acordos tácitos para os quais a vida de milhões de famílias – mulheres, homens, crianças, idosos – no prato da balança dos interesses parece pesar menos do que o petróleo e as armas». Afirmou o Papa Francisco dirigindo-se aos participantes na octogésima oitava Reunião das obras de ajuda às Igrejas orientais (Roaco), recebidos na manhã de terça-feira 16 de Junho, na Sala Clementina.

Recordando a viagem que fez à Terra Santa em Maio de 2014 e o sucessivo encontro de oração realizado no Vaticano na presença dos presidentes israelita e palestino, o Pontífice constatou que nos últimos meses nem todos os frutos de reconciliação esperados se concretizaram. «Outros eventos que assolaram ulteriormente o Médio Oriente, há anos martirizado por conflitos – disse – faz-nos sentir o frio de um inverno e de um gelo no coração dos homens que parece não ter fim». Aquela terra, acrescentou, «está sulcada pelos passos de quantos procuram refúgio e irrigada pelo sangue de tantos homens e mulheres, entre os quais numerosos cristãos perseguidos por causa da sua fé».

Mesmo reconhecendo que nos últimos tempos o mundo teve «um sobressalto de consciência» face a este drama, Francisco convidou a «um ulterior esforço», pedindo que a Roaco intensifique «o serviço da caridade cristã» e que continue a «denunciar o que espezinha a dignidade do homem».

O Papa mencionou também a situação da Etiópia, Eritreia e Arménia – na ordem do dia dos trabalhos da assembleia – recomendando que se «ajude estas antiquíssimas comunidades cristãs a sentirem-se partícipes da missão evangelizadora e a oferecer, sobretudo aos jovens, um horizonte de esperança e de crescimento». Sem este compromisso, reafirmou, «não se poderá deter o fluxo migratório que vê tantos filhos e filhas daquela região pôr-se a caminho para alcançar as margens do Mediterrâneo, arriscando a vida». À Arménia, «berço da primeira nação que recebeu o baptismo», Francisco dirigiu um pensamento particular, frisando que ela «preserva uma grande história rica de cultura, de fé e de martírio», e recordando que «o apoio à Igreja naquela terra contribui para o caminho rumo à unidade visível de todos os crentes em Cristo».