Redes de Atenção /Rede Cegonha: experiência em Ceilândia- DF
De acordo com o que foi discutido na aula, Decreto 7.508 e Redes de Atenção a Saúde, resolvi fazer esse post contando a minha experiência do PET-Redes de atenção/ REDE CEGONHA, um projeto de parceria entre o Ministério da Saúde e Universidades, no meu caso a Universidade de Brasília- UnB. A princípio observamos como estava a implantação da Rede Cegonha na regional de saúde de Ceilândia, logo observamos diversas fragilidades nos pontos de atenção da rede, principalmente em relação a comunicação entre esses pontos. A partir dessa observação, elaboramos junto a profissionais da rede ( centros de saúde e hospital regional da Ceilândia) planos de ações, relacionados ao vinculo entre o serviço hospitalar e a atenção básica. A primeira proposta foi a Alta segura, que deixarei para um outro post. A segunda ideia foi relacionada ao Alto Risco, na qual buscou-se manter o vinculo da gestante de alto risco com atenção básica durante o pré-natal, pois essas pacientes eram enviadas para o ambulatório de alto risco e não retornavam a atenção básica, perdendo dessa forma orientações sobre amamentação, cuidados perinatais e demais atividades e informações fornecidas pelo Centro de Saúde. Sendo assim, foi pensado a partir da comunicação em saúde e a ideia de redes, estratégias como o uso de banners contendo informações para as gestantes de alto risco e conversas com os profissionais do ambulatório de alto risco e centros de saúde, para que esses lembrem e cobrem das gestantes a ida ao alto risco e o retorno a atenção primária. A construção do banner foi uma tarefa árdua, pois criamos a primeira versão e resolvemos testá-la com as gestantes e assim percebemos que o que era muito claro para nós, era muito confuso para elas. Foram 5 versões do banner, até que alcançamos um entendimento significativo das gestantes. A proposta da conversa com os profissionais do hospital ficou a cargo da médica responsável pelo ambulatório de alto risco e com profissionais da atenção primária com a médica da saúde da mulher da Diretoria de Atenção Primária (DIRAPS). Foi uma experiência muito rica e que mostrou as dificuldades de negociação e pactuação dos pontos de atenção da rede, bem como a sensibilização da gestão em relação a melhoria da comunicação entre esses pontos. Foram muitas idas e vindas, mas que estão rendendo frutos, tímidos a principio, mas com potencial para grandes conquistas. Gostaria de deixar aqui, o meu agradecimento ao meu Tutor Professor José Iturri, preceptores Enfermeiro João Narcizo e Dr. Fernando Natal, bem como minhas parceiras Juliana Frazão ( Saúde Coletiva), Erica Mesquita (Farmácia), Mayara Ramos (Fisioterapia) , Alexandra Lopes (Terapia ocupacional), Dr. Marcela (DIRAPS), Dr. Rosane (AR) e Enf. Vilma (ALCOM).
Grande abraço 🙂
Desirée M.
Por Loyanne
Muito legal trazer a sua experiência! Fiquei aqui pensando que muitos dos problemas da Rede, dos processos de cuidado…, têm uma deficiência que para mim parece muito evidente: a comunicação. As vezes parece algo tão simples e fácil de se fazer, mas comunicação tem um sentido mais amplo. Ressalto aqui uma fala da professora Valéria do campus Darcy, que dá a disciplina comunicação em saúde, e que ainda me faz refletir muito em cima disso: "(…) quando comunicamos algo a alguém, nos doamos à pessoa (…)". Acho que é bacana pensarmos em como essa comunicação é desenvolvida, não só nos processos de gestão da Rede, da unidade, enfim, mas também na gestão do cuidado.
Um forte abraço,
Loyanne.