Kit de Medicamentos

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Sílvia Costa 16/02/2010

 

 
O Programa da Central do Kit de Medicamentos realiza a dispensação  de medicamentos para as doenças crônicas: arritmia, angina , hipertensão , diabetes tipo I e diabetes tipo II, mulheres que fazem uso de anticoncepcionais  e reposição hormonal , asmáticos e portadores de rinite crônica, na forma de um kit personalizado. A Central do Kit foi inaugurada em março de 2008 e após diversas adequações, atualmente se  destaca  como referência regional; cidades como Bragança Paulista, Várzea Paulista adotaram o  método, enquanto outras cidades da Região Metropolitana de Campinas manifestam o seu interesse, como é o caso do município de Valinhos. Além da garantia do tratamento, a Secretaria Municipal de Saúde observou a redução no consumo dos medicamentos, devido a distribuição controlada, sendo que as equipes de referência das Unidades de Saúde e PSFs podem ter o acompanhamento terapêutico de seus pacientes cadastrados.
Os kits de medicamentos são entregues pelos Agentes Comunitários de Saúde na residência dos pacientes, uma vez por mês, mediante cadastro prévio do usuário na Unidade de Saúde. A Central do Kit de Medicamentos tem cadastrado em seu banco de dados 44.000 pacientes e são montados 16.000 kits por mês para as 14 Unidades e PSFs do município de Sumaré – SP. Atrelado a este Programa está a “Educação em Saúde”, que é desenvolvido pela Farmacêutica; são realizados diversos projetos como o “PECAA – Programa de Educação Continuada para ACSs e Auxiliares de Farmácia”, “PESB – Projeto de Educação em Saúde Bucal” trabalho multidisciplinar desenvolvido com alguns dentistas e o “PESP – Projeto de Educação em Saúde para Pacientes” série de palestras ministradas aos pacientes do município.
 
          
 

 

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6 Comentários

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Por Adriana Regio Martins

Após alguns anos de vivência como coordenadora do PACS, penso no que as pessoas podem por elas mesmas…

Acredito que a profissão de ACS combina mais com a promoção da saúde do que acompanhamento e distribuição de medicamentos.  

Essa é uma questão delicada, o KIT pode não resolver o problema e sim, trazer outros. Pode ser uma via de mão dupla e mudar o foco de acompanhamento da equipe, saúde?

Boa sorte a todos. 

    Por Sílvia Costa

     Os medicamentos nunca foram a solução dos problemas de pacientes, pois se propõe uma melhoria na qualidade de vida através da terapia medicamentosa, em pacientes portadores de doenças crônicas. A promoção e a prevenção em saúde é realizada de acordo com os Projetos de Educação em Saúde, citados. O foco sempre será SAÚDE!! 

Por Luciane Régio

Sílvia, meu questionamento ficaria mais em relação…

"Os kits de medicamentos são entregues pelos Agentes Comunitários de Saúde na residência dos pacientes" …

A ideia dos kits é uma forma de controle-ok, mas entregar em casa? Em tempos em que insistimos em protagonismo dos sujeitos, corresponsabilidade e autonomia, poderia ser interessante integrá-los nessa dispensação. Fora imaginar os ACS, além de suas funções, carregar kits de medicamentos para boa parte de umas 700 pessoas-área? Aqui, isso acontece na área rural, os ACS até levam alguns medicamentos sim, mas não para todos (casos especiais, idosos, áreas de muito difícil acesso, por exemplo)… Além disso, realizamos diversas capacitações, reuniões, que às vezes são até excessivas e fazem com que eles diminuam a produção (VD)… tudo isso, no intuito de trazer nesses encontros a pluralidade de debates sobre qual saúde falamos. Aqui, uma cidade pequena de 24 mil hab já seria impossível colocar mais esta função pra eles, devido o tipo de trabalho que queremos, imagino em centros maiores, como no caso, interior de SP? E se acontece algum imprevisto e os ACS fiquem impossibilitados de ir até as casas? (chuvas, cursos, férias???)

Não no intuito de criticar, hein, Silvia, mas de pensar junto, certo? Parabéns, ainda assim, é louvavel o interesse pelo o usuário! Parabéns!

Abraço!

Luciane

    Por Sílvia Costa

      Interessante a sua colocação, Luciane. Não são entregues 100% dos medicamentos nas residências, cada Unidade realiza de modo diferenciado o atendimento aos pacientes portadores de doenças crônicas. As diversas atividades dos Agentes Comunitários, são realizadas normalmente, sem serem prejudicadas. Mas como disseste, durante as intempéries, cursos e férias, os pacientes retiram os medicamentos na Unidade. Quanto a corresponsabilidade e autonomia, sim, concordo que devamos trabalhar para isso ocorra, insistindo na Educação em Saúde para os pacientes, trabalho que realizamos paralelamente.

    Um abraço !

      Por Luciane Régio

      Silvia, feliz pelo seu retorno! Obrigada!

      Cada vivência é singular, ainda que em grupos. Trabalho apaixonadamente com pessoas em grupos há 6 anos, um tempo-embrião. Em um distrito de minha cidade, há uns 4 anos atrás,  eram realizados "reuniões" para "retirada de medicamentos por  pessoas portadoras de doenças crônicas". No primeiro dia que participei, disse de cara: "isso não é um encontro, isso é uma tortura". A equipe ficava em pé e chamava as pessoas por fichas, e seguindo o prontuário, dispensava medicação para mais de 160 pessoas. Com o tempo, iniciamos as conversas com as pessoas e bolamos um "pacotinho mensal – tipo seu kit", que levávamos para cada um… Avançando nas conversas, os participantes tiveram a ideia de fazer "saquinhos de pano", cada um identificado com os  nomes. Alguns fizeram uns lindos, enfeitados, bordados, lamento muito não ter tirado fotos, na época. E, sem falar, que no mínimo 2 tardes por mês, reuníamos os ACS-2 da area (na SMS), 2 enfermeiras e alguns técnicos em enf., além do pessoal da farmácia para separar os medicamentos… uma mão-de-obra danada! Paralelamente, investimos nos grupos, começando tipo paletras!! Levávamos materiais e profissionais diversos para as conversas. Os participantes-usuários perguntavam "coisas sobre os temas desenvolvidos". Perfeito demais, não?? Depois, também fizemos grupo-controle, com testagens e "orientações" -?? De uns 2 anos pra cá, a lógica é outra. Estamos resgatando o saber popular. Diria até que, eles é que sabem sobre o que necessitam para sua saúde. Tem sido um processo sem igual de trocas, principalmente, agora, que eles são os grandes articuladores no grupo. Hoje, cada um cuida do retorno para avaliação médica e retira seus medicamentos no posto de saúde (n é ESF)… Do termo de "educação em saúde", preferimos apenas "Grupos de Saúde" e estamos encantados com o que tem acontecido… de que saúde falamos :)? Tem rendido algumas linhas que contam as vivências e vamos neste caminho construído-juntos!

      Abraços!! Bons encontros,

      Luciane
       

      Por Sílvia Costa

       Luciane, parabéns pela  evolução nos trabalhos em Saúde no seu município. Acredito mesmo, que também conseguiremos chegar a esta excelente lógica de trocas com nossos pacientes. Mas por enquanto, estamos a anos-luz disso.O nosso município é grande e as articulações são morosas; claro que tudo a seu tempo.

       Agradeço imensamente a troca de experiências, agradeço as objeções valorosas e desejo que possamos continuar nossos debates para construir este caminho juntos…

       

      Um grande abraço!!