Uma parceria entre a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e a Faculdade Estácio Amazonas pretende amenizar as dificuldades do tratamento da doença que mais mata crianças e jovens de até 19 anos no Brasil e que tem 12 mil novos casos registrados a cada ano: o câncer. É o projeto Pedagogia Hospitalar, que pretende promover a integração de alunos do curso de Pedagogia da Estácio com crianças internadas na unidade. Anunciado às vésperas do Dia Mundial de Luta Contra o Câncer Infantil, celebrado hoje, a iniciativa deve ser implantado na unidade de saúde em março.
De acordo com o diretor-presidente da FCecon, Marco Antônio Ricci, a iniciativa beneficiará diretamente pacientes pediátricos oncológicos em tratamento no hospital, hoje considerado referência no diagnóstico e tratamento do câncer na Região Norte.
“Crianças e adolescentes, quando são submetidos a tratamentos muito longos, como é o caso do oncológico, têm certa dificuldade em entender o que está ocorrendo. Isso tende a mexer com o psicológico desses pequenos, que precisam de um ambiente humanizado para conviver e o mais acolhedor possível. Esse é o objetivo do projeto: levar ânimo às crianças que estão nos leitos, com a participação dos acadêmicos nas enfermarias, interagindo com os pacientes”, explicou.
Visitação
O projeto prevê a visitação dos universitários aos leitos para o desenvolvimento de ações de fortalecimento pedagógico envolvendo leitura, jogos educativos, cursos, música, entre outras atividades. Haverá, ainda, a readequação da brinquedoteca do hospital. Parceria similar já ocorre na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (FHemoam).
O secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, explica que a ação faz parte de uma série de medidas em andamento na fundação, com o objetivo de reforçar a Política Nacional de Humanização (PNH), preconizada pelo Ministério da Saúde.
Investimentos
Nos últimos anos, a FCecon ampliou o setor de pediatria, com a criação de um Serviço de Quimioterapia Pediátrico e uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) exclusiva para crianças e adolescentes que necessitam desse tipo de internação, informou Ricci. Todos os serviços estão localizados no 9° andar da instituição, incluindo a brinquedoteca, de uso exclusivo dos pacientes de enfermaria.
Segundo Marco Antônio Ricci, as mudanças foram desenvolvidas ao longo de três anos, com foco na criação de um espaço específico que privilegiasse exclusivamente pacientes pediátricos, o que exigiu investimentos em ambientação adequada e que auxiliasse na redução dos impactos negativos do tratamento.
Oficinas para profissionais
A FCecon também está criando um Grupo Condutor em Humanização para a construção de ações próprias que otimizem o atendimento, beneficiando pacientes e profissionais.
O trabalho iniciou há um ano, com o auxílio das Apoiadoras da PNH no Amazonas, um grupo de profissionais de diversas áreas que atua voluntariamente em unidades do SUS no Amazonas.
Segundo a diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon, Kátia Luz Torres, inicialmente o grupo participou de rodadas de conversa com profissionais de vários setores da fundação e ajudou na formulação de um questionário. O objetivo foi traçar estratégias para integrar os serviços, facilitando a disseminação da informação e tornando o atendimento mais dinâmico no hospital.
No próximo mês, uma série de oficinas internas está programada, envolvendo gestores e demais profissionais da unidade. “Todos estão convidados, incluindo servidores e terceirizados”, destacou.
De acordo com ela, estão entre as diretrizes da PNH investimentos em ambientação, oficinas e medidas que privilegiem usuários e profissionais do SUS, tendo como um dos focos o bem-estar de ambos os públicos.
Iniciativas devem ser ampliadas
Outro projeto que deve ser ampliado na instituição é o Deus Davi, uma parceria entre FCecon e a ONG Rede Feminina de Combate ao Câncer. O trabalho resume-se em visitação aos leitos por um grupo de voluntários, composto também por acadêmicos, que leva alegria aos pacientes internados nas enfermarias, sejam eles adultos ou crianças. Os voluntários se caracterizam de personagens e vão às enfermarias alegrar os pacientes. A meta é expandir esse trabalho para todo o hospital.
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