A discriminação além das palavras nos serviços de saúde do Brasil
10,5% dos brasileiros se dizem discriminados no atendimento de saúde, segundo dados de pesquisadores do Icict/Fiocruz
Um artigo, publicado na Revista Ciência & Saúde Coletiva, da Abrasco, publicada em fevereiro/2016, abordou um tema “pouquíssimo estudado e de extrema relevância para a população brasileira”, segundo um de seus autores, Cristiano Boccolini, pesquisador do Laboratório de Informação em Saúde (Lis), do Icict.
Intitulado “Fatores associados à discriminação percebida nos serviços de saúde do Brasil”, o artigo é resultado do estudo epidemiológico de base populacional com dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Para 10,5% dos brasileiros, médicos ou profissionais de saúde os discriminam nos atendimentos, seja por “falta de dinheiro” (5,7%) ou por classe social (5,6%) – as duas maiores incidências.
O estudo aponta que as mulheres, indivíduos com ensino fundamental incompleto, não brancos, e sem plano de saúde privado tiveram maior chance de serem discriminados quando atendidos no sistema de saúde. E isto se reflete no acesso: “A discriminação também pode representar uma barreira de acesso aos serviços de saúde, levando tanto a subutilização dos serviços de saúde, quanto a baixa adesão às recomendações do profissional de saúde”, afirma Boccolini.
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