Este foi o tom da fala da Maria de Jesus, mãe/acompanhante de uma criança hospitalizada no Hospital Infantil, quando, voluntariamente, se apresentou para saudar as mulheres na festa realizada ontem no hospital em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (08.03). “As pessoas precisam entender que a mulher necessita muito mais do que flores, do que palavras doces, no dia da mulher…Nada disto elimina o desrespeito, a discriminação, a violência sofrida pela mulher no restante do ano…Precisamos lutar pela garantia dos nossos direitos, seja no trabalho, na rua, no lar…precisamos ter a liberdade de ir e vir sem sermos assediadas, molestadas… Precisamos de políticas publicas que atendam as nossas necessidades… de creches nos espaços de trabalho, para deixarmos nossos filhos com segurança enquanto trabalhamos”. Disparou, enfaticamente, Maria de Jesus.
Foi uma fala que contagiou a todos pela consciência política da usuária, uma mulher negra, aparentemente frágil pelo aspecto “franzino”, mas uma fortaleza nas idéias e na fala. Suas reflexões deram uma sacudida em todas as mulheres ali presente, desafiando-as para o fortalecimento da luta na conquista dos direitos de autonomia e de cidadania na sociedade.
No Hospital, o dia de ontem foi dedicado às mulheres. No turno da manhã, foi realizada uma roda de conversa, no espaço do ambulatório, mediada por uma equipe constituída de enfermeira (SESC), acadêmicas de medicina e de fisioterapia da UESPI, tendo como foco a saúde da mulher. Um dia de reflexão sobre a mulher, o seu lugar na sociedade, os seus direitos de cidadania, a sua qualidade de vida.