Violência Obstétrica
Desde os tempos antigos muitas coisas evoluíram, como a maneira de fazer o parto. O parto Cesário foi instituído com o objetivo de proteger a mãe e o bebê de possíveis complicações na gravidez e no parto, assim sendo, seria um mecanismo para diminuir a mortalidade materna e infantil. Hoje em dia já não é bem assim, o Parto Cesário é o protagonista de muitas violências que as mulheres sofrem em um dos momentos mais importante de suas vidas. Esse tipo de parto no Brasil se encontra quase pareado com os casos de Parto Normal, e existem alguns motivos que justificam a preferência por parte dos profissionais da saúde em realizar este método:
- Custo-benefício – já que um parto normal demora muito mais tempo que uma cesariana e muitas vezes o médico tem a mesma remuneração, assim, quantos mais partos por dia fizer, maiores serão seus rendimentos.
- Pagamento por Produtividade – Acontecem em alguns Serviços de Saúde, em que os profissionais forçam o parto para o seu plantão, para receber pelo mesmo, já que se o parto começar em um plantão e terminar no outro, quem recebe é o segundo.
- Outros – Vários motivos existem como por exemplo, em cidades pequenas que é difícil manter um anestesista sempre no serviço, opta-se por marcar as cesáreas para datas em que os profissionais estarão na unidade. Entram também fatores como cultura da cesárea que é quando a população acredita que é um meio mais seguro, moderno, com menos risco para a gestante, medo de perigrinação, quando a gestante tem que percorrer vários serviços na hora do parto, dentre outros.
O Parto Cesário não é o único problema, as mulheres alem de muitas vezes serem obrigadas a parir via parto cesárea, também sofrem violências obstétricas. A principal delas é a Desumanização. Muitas vezes as mulheres não poderiam ter acompanhantes durante o parto, ter o primeiro contato com o bebê nas primeiras horas e direito de escolha do tipo de parto. Essa desumanização também levantou problemas relacionados a outras violências, como a de raça, em que os profissionais aplicavam pouco ou nada de anestesia em mulheres negras, com a desculpa de que elas eram mais fortes, uma prática de racismo absurda.
A justificativa para tais ações pode ser a mercantilização da saúde, em que o profissinal não recebe pelo cumprimento do seu trabalho bem feito e sim por produção. Assim, quanto mais partos, melhor. E aí entra a automatização, em que profissionais reproduzem feitos para que possam produzir mais e mais.
Rede Cegonha
A Rede Cegonha, é uma iniciativa do Ministério da Saúde, que a instituiu pela Portaria Nº1.459, de 24 de Junho de 2011 com o objetivo de assegurar à mulher o direito de planejamento reprodutivo e uma atenção humanizada na gravidez e à criança o direito ao nascimento seguro e o seu desenvolvimento de forma saudável. Seus princípios são o respeito a proteção e a realização dos direitos humanos, respeito à diversidade cultura, étnica e racial, promoção da equidade, participação e mobilização social e outros.
A Rede Cegonha deve fomentar a implantação de um novo modelo de atenção à saúde da mulher e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, nascimento, crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 24 meses de idade. Enquanto Rede de Atenção à Saúde, deve garantir o acesso, acolhimento e resolutividade, alem de reduzir a mortalidade materna e infantil.
Na sua implantação a rede deve ser organizada levando em conta quatro componentes: pré-natal, parto e nascimento, puerpério e atenção integral à saúde da criança e um sistema logístico de transporte sanitário e regulação.
Humanização
A Humanização, quebra as correntes do modelo antigo e institui que cada mulher deve ter seus direitos humanos resguardados, assim, é direito da mulher ter um acompanhante na hora do parto, ter o primeiro contato com seu bebê logo após o parto, ter um pré-natal de qualidade e com vínculo com o serviço, ser respeitada, escolher em que posição deseja ter seu bebê, não ter que fazer peregrinação para encontrar onde irá dar a luz e ter isso tudo garantido pela SUS de forma gratuita e com AMOROSIDADE.
Dados de 2013 da ouvidoria da Rede Cegonha, demonstra os avanços em relação a esses fatores
Segundo o Ministério da Saúde em 2016, A Rede Cegonhas já alcançou 5.488 Municípios em todo o Brasil, alcançando 2,5 milhões de gestantes. Os dados de hoje podem estar muito diferentes dos de 2013 e esperamos que tenham melhorado e estejam garantindo o que toda mulher merece, parto de qualidade e humanizado.
AbraSUS