A assistência nos níveis de média e alta complexidade tem sido importantes pontos para o estrangulamento dos serviços de saúde. Os gestores andam afogados em inúmeras demandas e pressões por recursos assistenciais, acarretando um longo tempo de espera, sem contar com os altos gastos. Diante disso, o que fazer? Ninguém tem culpa da demanda ser alta. Será mesmo? Deixar de atender? Como agir? Deixar esperar? Deixar como está? É claro que não!
Quando um plano não dá certo, é preciso um plano B. Quando surge goteiras em uma casa as pessoas não esperam alagar tudo, congestionando a passagem e destruindo os seus bens. Elas mudam as coisas de lugar, procuram baldes que as possam socorrer de modo provisório, até uma reforma! De forma tal que na próxima chuva todos estejam previnidos!
Tá, e o que isso tem haver?
Tudo! Todos presentes e futuros profissionais são responsáveis há não deixarem o caos dominar o Sistema Público de Saúde, promovendo uma reforma articulada com a sociedade. É preciso a quebra de paradigmas, há goteiras congestionando o serviço no modelo-assistencial tradicional. Mudar é trabalhoso, mas é preciso. Nessa mudança é primordial a reorganização dos recursos disponíveis, operar também mudanças na produção do cuidado, a partir de rede básica, secundária e atenção á urgência e todos níveis assistenciais. Em prol de um serviço menos congestionado!
Para isso é fundamental tecer Redes!
Como se organiza a necessidade da Paula, não portadora de nenhuma doença, mas que precisa de acompanhamento em um ginecologista? E a Luana? Que além dessas necessidades básicas descobriu está grávida de seu primeiro filho e ainda muito nova não sabe como reagir nessa situação. E Larissa? Uma Senhora diagnosticada com câncer de mama. Veja que todas são mulheres, mas nem todas necessitam de um mesmo procedimento e cuidado. Será que o serviço tradicional pode atende-las de forma eficiente? E o Senhor Roberto que trabalha em zona de risco? E Augusto? Menino portador de deficiência física.
Será que um serviço somente Único sem especificidades será suficiente para lidar com tantas diferenças? Eu digo que não! É preciso Tecer redes! Redes que se conectem até dar cobertura a toda população! Com pontos principais, sem furos!
Existem muitas pessoas como Paula, Luana, Larissa, Roberto e Augusto. Apesar de diferenças entre si, muitos brasileiros em cada região tem essas mesmas ou outras dificuldades em comum, podendo variar questões específicas. Nesse processo a atenção básica tem um papel fundamental de entrada para essas soluções. E nessa entrada as Redes de Atenção possuem uma grande relevância. Por meio da porta de entrada que é a Atenção Básica os gestores podem se reorganizar na divisão não fragmentada dos doentes, de vez se afogarem em demandas. E as redes fazem parte desse processo de tal forma que quando o usuário entra por essa porta ele encontra o que procura!
As redes fazem recortes conforme as necessidades de uma determinada região. E quando Paula, Larissa, Luana, Roberto e Augusto entram pela porta de entrada, ou em sua casa mesmo, por meio das visitas dos agentes, encontram um atendimento integral de acordo com suas necessidades. Para isso a rede precisa ser sem furos, direcionada em uma determinada necessidade!