Ler, escrever e saber aritmética só serão importantes se fizerem nossas crianças mais humanas.
Carta escrita aos educadores por um sobrevivente da II Guerra Mundial. Encontrei no facebook e compartilho.
“Após o término da segunda guerra mundial, esta carta foi encontrada num campo de concentração nazista, contendo a seguinte mensagem dirigida aos professores:”
“Prezado Professor, sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver. Câmaras de gás construídas por engenheiros formados. Crianças envenenadas por médicos diplomados. Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas. Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades. Assim, tenho minhas suspeitas sobre a Educação. Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis. Ler, escrever e saber aritmética, só serão importantes se fizerem nossas crianças mais humanas.”
Autor anônimo
Linda carta! Me remeteu a um dos compromissos da educação, segundo Paulo Freire, que é a humanização no sentido do homem ser mais, ser mais gente, ser mais cidadão.
Tags
cidadaniahumanização14 Comentários
Faça login para comentar e recomendar este post a outros usuários da rede.
Por patrinutri
Emocianante mesmo Emília.
Temos mesmo muita responsabilidade sobre os conhecimentos que adquirimos e sua aplicação para o bem social, em especial na área da saúde.
Obrigada por compartilhar conosco esta carta.
Bjs Patrícia
Sem dúvida pat. De nada adianta o nosso saber se não usamos em benefício da melhoria da qualidade de vida do outro!
Obrigada a você pelo comentário!
Bjs!
Emília
Emília,
Emocionante!
Uma reflexão e tanto.
Abraços,
Cristine
Oi Cristine,
Também me emocionei com a carta! Muitos anos se passaram depois da II guerra mundial, mas o texto está muito apropriado para a nossa contemporaneidade. Obrigada pela atenção!
Bjs!
Emília
Que texto excelente. Estava pensando exatamente sobre isso, de como o homem tem mecanismos para melhorar toda a vida humana e ao invés disso, a educação é pensada majoritariamente em lucrar. É o caso da AIDS que na áfrica mata muito, mesmo existindo drogas capazes de dar qualidade de vida e prolongar a vida. Usaram a educação para criar bombas, armas nucleares, armas biológicas e isso é muito triste.
Assim, a educação é impressindível mas devemos pensar: “que educação?”
Um bom exemplo no campo da saúde hoje, é a formação médica, que está voltada para o mercantilismo. Quase sempre faltam aulas de vivência com outros cursos, aumentando o espirito de equipe. Faltam matérias de humanização para trazer de volta a humanidade para nossos médicos, para que todos tenham um atendimento olho a olho, com atenção, respeito, amorosidade e tudo o que todo ser humano precisa, o cuidado.
É muito rico poder ler um texto desse e começar a pensar e trazer essa discussão para revermos nossos conceitos de hoje e podermos altera-los para que coisas assim, não se repitam.
Parabéns, Emília.
AbraSUS
Olá José,
Muito pertinentes as suas reflexões sobre a educação, sobre a formação médica que ainda é carente de uma discussão mais focada na humanização do cuidado.
No hospital que trabalho temos percebido uma certa mudança nas ações dos novos acadêmicos que chegam para estagiar, bem mais preocupados com um cuidado integral, mais acolhedor, mais dialógico. Mas precisam avançar nessa direção.
Obrigada pelo acesso ao post e comentário!
AbraSUS!
Emília
Um texto emocionante que, apesar de “antigo” retrata com fidelidade o que acontece em nosso dia a dia. A destruição neo-liberal da sociedade tem seus reflexos na saúde e na educação principalmente, criando uma população que beira a insensibilidade e o descaso com o próximo. Tudo transformou-se em quantidade, em cumprimento de metas e normas, em avaliação de desempenho. Tuo isso é importante, mas nada vale a pena se não for realizado com amor e prazer, que transborde amor e prazer que proporcione um crescimento pessoal com amor e prazer. Não existe aprendizado sem contato humano afetivo, não existe o aprender pelo aprender, sem que a evolução da sociedade e da convivência humana seja o objetivo principal.
Por eduardodf
Acho tão óbvio que a postagem chega a ser ridícula! Falem para o Einstein isto !?
É obvio, com certeza, o que estimulamos é sua prática. Talvez, eduardodf, o que falta para nós todos, preocupados com a melhoria das condições é começar com o óbvio, visto que discurso academico não muda a realidade.
Por Ricardo Teixeira
É tão arrogante e desrespeitoso o comentário do Dr. Eduardo numa postagem tão sensível que chega a ser constrangedor…
Navegando pela Rede hoje descobri vários comentários desse Dr., quase todos com esse tom de “eu sei tudo, o que vocês estão falando aí, essas bobagens, obviedades e outras coisas ridículas”. E, no entanto, é tão óbvio que esse não é o “ethos comunicacional” que pauta as relações nesta Rede. Basta uma navegada pra perceber isso. Os que a frequentam nos seus mais de 8 anos de existência sabem que aqui não se encontra esse padrão comunicacional que, infelizmente, passou a infestar os blogs de notícias e as redes sociais. É óbvio tambem que todos são muito bem-vindos e a diversidade de visões e o contradtório idem! Mas é preciso saber discordar sem desqualificar o interlocutor, sem deselegância e grosserias. Isso nos humaniza….
É tão óbvio que profissionais de saúde devem saber conversar e se relacionar em alto nível, que chega a ser ridículo ter que chamar a atenção para esse “detalhe” numa rede social frequentada principalmente por trabalhadores da saúde.
Como médico, entristeço-me em ver esse tipo de manifestação de um colega num espaço público…
Não é difícil entender porque a categoria anda tão mal na fita!
Einstein, que foi acima de tudo um humanista, certamente concordaria…
Querido Ricardo,
O seu comentário veio na medida certa, que bom! Quando encontrei o comentário em questão, fiquei impactada, sem saber o que responder. Confesso que não esperava tamanha grosseria. Entretanto, preferi ficar silenciosa, tentando entender o leva uma pessoa tão qualificada academicamente ser tão deselegante.
Como você bem disse, neste espaço todos são bem vindos, entretanto o respeito é necessário. Discordar do outro é uma coisa natural. Ninguém é obrigado a concordar com tudo. Agora é preciso saber discordar, um discordar com diálogo, respeitoso, não simplesmente desqualificar o outro, criando constrangimentos.
Obrigada pela sua sensatez e apoio! Pessoas como você, o Miguel e tantas outras respeitosas que existem aqui na rede fazem a gente “ levantar a cabeça e dar a volta por cima e seguir!”
Bjs
Emília
Emília querida
Muito pertinente sua postagem e pode-se perceber com ela que educação nada tem a ver com formação universitária e conhecimento acadêmico adquirido porque, no frigir dos ovos, a política que acompanha todo saber, distanciada de uma ética pela vida e de uma estética de construção democrática do mundo pode ser letal nas mãos de pessoas que pensam arrogantemente que seu “saber tudo” dão direito a desqualificar tudo aquilo que, aparentemente óbvio, não toca a alma e instrumenta “a mão sábia” de armas piores que as que achamos piores.
Aliás, ultimamente, o óbvio é inclusive utilizado como propaganda de papel higiênico, porque pareceria óbvio que, após o uso do banheiro, deveríamos saber que uma higienização é necessária. Porém o excremento que sai dos pensamentos não tem a obviedade daqueles que saem dos intestinos e, assim, há quem ache que pode defecar no mundo com seu “sabe-tudo” fedorento e pestilento.
Quem escreveu a carta viveu as atrocidades destes doutores distanciados da ética com a vida e de sua ética profissional. Daqueles que squeceram, ou quiseram esquecer, seus juramentos porque juramento só tem sentido e efeito se pronunciado com convicção ética.
Assim, seu post não traz nenhuma obviedade, mas ataca criticamente o óbvio que se quer natural, sendo distorcido, deformado e corrompido por tipos para quem a educação do espírito não acompanhou a formação da mente.
Einsten, na verdade, era bem simples e acreditava que qualquer um que domine um assunto pode ensiná-lo a uma criança, porque sabe simplificar e encher de vida toda abstração.
Ridícula, postanto, não é sua postagem, mas comentários como do eduardodf, o sem rosto e que acha que uma frase apenas pode desqualificar aquilo que somente desqualifica sua educação e sua real inteligência.
A inteligência so o é se possui um caráter prático e, como sabemos, nessa rede valorizamos qualquer expressão e não entendemos educação, formação e conhecimento da vida como títulos acadêmicos. Portanto, ridículo é não postar o que se pensa e sente, porque a única coisa ridícula é calar e desqualificar expressões que, sendo espontâneas, não chegam a descer tão baixo, aonde estão as opiniões destes supostos doutores do conhecimento.
Bem vindas a rede todas as expressões e até mesmo as como estas, porque se ela nos entristece e enche de vergonha, a acolhemos do mesmo jeito, esperando que seus autores aprendam alguma coisa desta rede.
Beijos.
Miguel Maia
Querido Miguel,
Primeiramente quero agradecer a beleza do seu comentário trazendo essa sensibilidade e apoio transbordante que enche a alma de contentamento. As suas reflexões trouxeram uma questão importante, que me remeteram à lembrança de um querido professor de uma especialização em educação que fiz há alguns anos atrás. No primeiro dia de sua aula, esse professor/doutor nos encantou pela riqueza de conhecimentos e pela simplicidade demonstrada. A maioria dos nossos professores tinha mestrado e alguns chegavam na sala de aula com uma certa empáfia, do tipo eu sei tudo e vocês não sabem nada, mas achávamos que era assim mesmo, pela titulação acadêmica que tinham, podiam. E eis que chega esse professor com outra postura, sensível, respeitoso e de uma simplesmente admirável. Um dos colegas teve o ímpeto de comentar com ele, e ele simplesmente falou que “uns tem a educação científica, mas não tem a educação relacional, aquela educação que respeita, que valoriza os saberes do outro… e que o sábio não é aquele que pensa que sabe tudo e desqualifica o saber do outro, mas aquele que reconhece que não sabe tudo…e que a maior virtude do sábio é a simplicidade.
Seu comentário, Miguel, soou como um bálsamo. Agradeço também por me ter dado a oportunidade de encontrar aqui o comentário do Ricardo. Não tinha visto ainda!
Bjs!
Emília
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Fundamental apontar que a educação e seus diplomas podem não ser suficientes para construir um mundo mais humano.