ACOLHER É MUITO MAIS DO QUE ADMINISTRAR HORÁRIOS E AGENDAMENTOS

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Quem procura os serviços de saúde, a priori, já vem com uma expectativa pré concebida, geralmente direcionada para sua demanda.  Essa porta de entrada pode ser acolhedora e aconchegante, na medida em que faz uma diferença muito grande a forma como essa “dor” é recebida, acrescida de toda a gama de dores do cotidiano (familia, finanças, trabalho, política, violência…).

A espera, o sistema de fichas, o humor do balconista também com suas dores e problemas, o sertar-se ou ficar em pé, ao lado das outras dores só intensifica o que a pessoa já traz. É preciso repensar essa chegada, disponibilizar um acolhimento onde, se pelo menos a intervenção esperada não acontece ou tem sua demora, pelo menos lhe possibilite uma escuta atenciosa, criativa, participativa e produtiva. Não justifica a falta de recursos humanos se toda a equipe fica centralizada na consulta médica ou na dispensação de medicamentos…

Acredito numa atenção à saúde onde a atenção é voltada para as ações “para fora”, e não na espera passiva do que chega. A consolidação do SUS deve estar centrada na construção e participação cidadã. Precisamos urgentemente avançar nos conceitos de acolhimento, transformando-o numa ação dinâmica e de disseminação de compromissos, mudar o Posto de Saúde (local de chegada), para um “farol de saúde, onde esta seja disseminada.