Quem procura os serviços de saúde, a priori, já vem com uma expectativa pré concebida, geralmente direcionada para sua demanda. Essa porta de entrada pode ser acolhedora e aconchegante, na medida em que faz uma diferença muito grande a forma como essa “dor” é recebida, acrescida de toda a gama de dores do cotidiano (familia, finanças, trabalho, política, violência…).
A espera, o sistema de fichas, o humor do balconista também com suas dores e problemas, o sertar-se ou ficar em pé, ao lado das outras dores só intensifica o que a pessoa já traz. É preciso repensar essa chegada, disponibilizar um acolhimento onde, se pelo menos a intervenção esperada não acontece ou tem sua demora, pelo menos lhe possibilite uma escuta atenciosa, criativa, participativa e produtiva. Não justifica a falta de recursos humanos se toda a equipe fica centralizada na consulta médica ou na dispensação de medicamentos…
Acredito numa atenção à saúde onde a atenção é voltada para as ações “para fora”, e não na espera passiva do que chega. A consolidação do SUS deve estar centrada na construção e participação cidadã. Precisamos urgentemente avançar nos conceitos de acolhimento, transformando-o numa ação dinâmica e de disseminação de compromissos, mudar o Posto de Saúde (local de chegada), para um “farol de saúde, onde esta seja disseminada.
Por Emilia Alves de Sousa
Oi José Carlos,
Gostei da sua postagem trazendo essas reflexões sobre a atenção em saúde, os modos de acolher centrado na co-participação e cidadania. Você propõe a transformação da unidade de saúde em uma farol de saúde. Muito legal! O que você sugere para essa transformação? Como sair de um foco de luz centralizado para um um farol que transversaliza e dissemina?
Uma ideia de puro contágio!
AbraSUS!
Emília