Há duas semanas eu e alguns colegas tivemos a oportunidade de visitar a central de regulação do SAMU aqui do Distrito Federal e foi uma ótima experiência. Tivemos a chance de conversar com profissionais e observar a regulação acontecendo em ato, um trabalho que exige sensibilidade e sangue frio para tomar as decisões mais pertinentes em poucos segundos, que podem ser a diferença entre a vida e a morte de pessoas.
Eu gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões a respeito da gestão que pude fazer a partir dessa visita.
Percebi nessa visita que na gestão sempre há um espaço que permite a inovação, mesmo em um serviço com tantos protocolos.
Uma boa gestão não pode se ater ao que se tem como se não houvesse nada além daquilo. Uma boa gestão deve olhar para o que se tem e para o que se pode ter e se permitir inovar. Alguns exemplos disso que pudemos observar são: o programa SAMUZINHO, voltado para concientização nas escolas, que surgiu por conta da grande quantidade de trotes vindos de escolas; e a inserção de profissionais da saúde mental na equipe, justificada pelo grande número de chamados relativos a crises relacionadas a transtornos mentais. Eles poderiam simplesmente continuar encaminhando todos esses chamados para o Hospital São Vicente de Paulo, mas a gestão decidiu que seria melhor incrementar a equipe para tentar atender à crise e orientar a pessoa quanto à rede de atenção psicossocial, sendo assim, o SAMU, porta de entrada para a rede de saúde, já que do serviço especializado, a pessoa provavelmente será encaminhada para um acompanhamento na atenção básica.
Assim, pude ver, ainda, que uma boa gestão não pode olhar apenas para o próprio umbigo, deve olhar para a rede e pensarcomo pode ajudar o resto dos serviços e como pode ser ajudada por eles. Caso contrário, fica muito difícil assegurar a integralidade do cuidado. Por fim, uma boa gestão deve estar sempre atenta à demanda, que não será sempre a mesma, mas certamente mudará com o tempo, e adequar a sua oferta para melhor atender às necessidades da população.
Por Emilia Alves de Sousa
Uma iniciativa que revela que qualquer ação de conscientização popular para ser exitosa deve passar pelas bases, envolvendo as crianças, os jovens nas discussões e ações. E como já foi dito, os gestores devem ficar atentos a essas peculiaridades, no sentido de buscar estratégias que fomentem e incluam a participação das pessoas na solução dos problemas coletivos.
E conhecer essas ações no seu cotidiano, interagir com os sujeitos envolvidos produz uma riqueza de aprendizados e de subjetivações.
Uma curiosidade que sempre tive em relação à implementação do Samuzinho. Na unidade visitada, foi possível saber se houve uma redução de trotes recebidos pelo serviço de chamadas do SAMU? Como está a relação com a população? Sabemos que existe uma certa insatisfação pela demora no atendimento em alguns casos.
Muito bacana o seu relato Daniel!
AbraSUS
Emília