A Unidade de Terapia Intensiva (UTI), é um setor composto por equipamentos e tecnologias extremamente sofisticadas, com o objetivo de atender pacientes que necessitam de cuidados redobrados, mas será que um aparato tecnológico maior é sinônimo de cuidado e atenção à saúde?
A humanização na concepção dos valores éticos é: “tornar uma prática bela, por mais que lide com o que tem de mais doloroso, triste e degradante na natureza humana”. É uma forma de assistência que deve ser inserida no processo saúde-doença mas não se exclui de contextos onde a patologia é potencializada, muito pelo contrário, as ações voltadas ao bem estar nessas situações de vulnerabilidade estão diretamente ligadas à melhora do paciente. Porém não podemos desconsiderar a dificuldade de se promover atos de carinho, escuta qualificada, conversa em um ambiente de rotina complexa e tensa que a dinâmica da UTI proporciona.
A chave para conseguir está na articulação do cuidado técnico com o cuidado da atenção, do acolhimento. A postura que os profissionais assumem, faz total diferença, gerar conforto e confiança tanto para o paciente quando para a família que estão em uma situação de dependência, causador de angústia e ansiedade. Enxergar a pessoa, e não a doença ou um leito ocupado, ter cuidados além dos protocolizados.
As pessoas são descaracterizadas “ do seu mundo real” no momento em que são direcionadas a internação na UTI, abrem mão dis seus pertences, são privadas das companhias de pessoas queridas, privadas de informações do seu quadro clínico e principalmente, são submetidas à estresses de um ambiente onde é potencializado o risco de morte.