Atenção Especializada
Devido a organização do Sistema de Saúde brasileiro e Redes de Atenção, cuja organização se dá de modo regionalizada e hierarquizada, a população tem direito ao acesso Universal e integral à ações e serviços em todos os níveis de atenção, incluindo a promoção,prevenção reabilitação e Vigilância Sanitária.
A porta de entrada do usuário nessa Rede deve ocorrer por meio da Atenção Básica, que possui capacidade de resolver 80% dos problemas de saúde da população.Aqueles que não forem passíveis de solução nela, devem ser encaminhados para a Atenção Especializada.
Nesse ponto da Atenção, devem ofertados à população, de modo coordenado,o acesso a serviços especializados de qualidade e em tempo oportuno.Esse serviços são caracterizados pelo uso de práticas, conhecimentos técnicos e ações que demandam uma maior densidade tecnológica, onde os custos para a manutenção desses serviços é mais caro, e onde se faz necessário a Assistência proveniente de profissionais especializados.
De acordo com Merhy ( 1997), atenção especializada em um encontro de tecnologias leves e leves-duras, ofertadas sobre a lógica da estrutura tecnológica dura. Ela é formada pela atenção secundária e terciária conhecidos também como de média e alta complexidade.
A Atenção Secundária abrange Serviços Médicos ambulatoriais e de apoio diagnóstico e terapêutico, buscando atender os principais problemas de saúde e agravos que atingem a população, necessitando assim, de profissionais especializados. Enquanto isso a Terciária oferece diagnose, terapia e atenção hospitalar, e é caracterizada pelo alto custo, incorporação de novas tecnologias e pela organização dos serviços baseados na oferta e não necessidades de saúde da população.
Infelizmente a AE não dispõe de oferta suficiente para a toda a demanda, por isso há uma iminente necessidade de aperfeiçoar e qualificar essa área que é considerada um gargalo do sistema.Apesar disso, é possível fazer uso de estratégias e mecanismos que ampliem o acesso a esse serviço, sem necessariamente aumentar essa oferta, como por exemplo, explorar ao máximo a capacidade de resolutividade na AB antes de quaisquer encaminhamentos . Para isso, há a necessidade de uma maior responsabilização por parte dos profissionais pelos problemas de saúde dos usuários,em busca de soluções e nesse processo, toda a equipe têm capacidade, formação e conhecimento técnico o suficiente para a partir de uma ação em conjunto, conseguirem tal feito.
Outra questão que refletiria em uma ampliação do acesso, seria a efetivação da Regulação da oferta, que ainda é baixa . Também é preciso mudar o modo fragmentado com que o cuidado é conduzido,investindo em uma organização dos serviços mais articulados com os demais níveis de atenção, que prezam pela continuidade do cuidado, pela resolubilidade e Atenção Integral à Saúde . A sociedade também pode participar desse processo de melhorias, por meio da participação em Conselhos de Saúde, em Conferências e através da Ouvidoria.Além disso, vale apena observar modelos organizacionais de municípios,que por meio da inovações no modo de se articularem com a AB conseguiram ampliar acesso sem alterar a oferta, a fim de absorver idéias que podem funcionar nas demais localidades. Outras questões que poderiam interferir nessa ampliação do acesso é a observação das necessidades de saúde da população para a partir disso, realizarem o planejamento adequado .
Por fim, ao meu ver, há de se investir mais na capacitação dos profissionais, além de sua valorização e reconhecimento de sua autonomia , para contribuir em melhorias na prestação dos serviços e ações em Saúde e na Rede de Atenção como um todo. Por isso é importante abrir espaços de diálogo , para exposição de idéias,vulnerabilidades até conflitos internos,para que a partir da construção de um processo de trabalho mais produtivo, integrado e agradável, haja uma construção coletiva e mobilização generalizada em busca alternativas que tornem AE e o SUS como um todo, mais resolutivo, com acesso Universal Integral, e equânime.