Nutrição vai além de reeducação alimentar. Ela alimenta a vida, a alma e principalmente o coração!!!
Sou residente do programa de Residência Multiprofissional do HU-UFGD/ EBSERH, esta postagem é uma atividade da disciplina SUS ministrada pela professora Cátia Martins Paranhos.
Nos residentes trabalhos em uma equipe multiprofissional composta por nutricionista, psicóloga (o) e enfermeira (o), onde passamos em todos os setores do hospital universitário de Dourados (HU – UFGD/EBSERH), mas vou dar meu relato de um caso que ocorreu quando eu e meu grupo estavamos na UTI pediátrica. Neste setor atendemos todos os pacientes críticos.
Tivemos um caso que mudou a minha vida como profissional e como pessoa. Tudo começou quando atendemos uma paciente de 11 anos com problema sério do coração, onde a mesma tinha muita dificuldade realizar suas atividades diárias que se sentia cansada, ofegante. Sua familia morava no interior, quando a paciente passava mal, sua mãe a levava para se consultar, mas infelizmente apenas eram atendidas e nao faziam exames para averiguar pois nao tinham recursos. Até que um dia a paciente passou muito mal e foi trazida pela familia para o nosso hospital referência. Onde imediatamente foi internada na UTI estado grave e onde passaria por inúmeros exames. Foi ai onde tivemos o primeiro contato com a paciente. Vou contar resumidamente a tragetória desta paciente batalhadora e forte que conheci. Sempre quando ia ve la as vezes estava mt triste, quieta, sempre com dores. Mas tinha dias que ela falava mais, parecia mais animada e confiante. Sempre procurava perguntar se ela estava comendo, se tinha vontade de comer outra fruta ou alimento. Sempre super educada, lembro muito bem como era compreensiva com todos os procedimentos que faziam nela, nunca reclamava de nada e sempre comia pouco mais não reclamava. Uma vez como era timida, teve vergonha de me pedir e por estar tanto tempo naquela UTI enjoou da comida, pediu a mãe que falasse comigo que queria mt comer um salgado frito conhecido como risolis de carne, jamais passou pela minha cabeça dizer não, pois de acordo com a situação da paciente, preferi conversar com a equipe que a acompanhava, minha equipe multi, os médicos, enfermeiros e minha chefe, onde todos nos decidimos liberar a mãe de trazer o desejo da filha. Não sabiamos se ela sairia viva ou não. Mas no fundo percebemos que foi a melhor decisão que tomamos. Pois quando foi levado o lanche que ela tanto queria, foi incrível nunca tinha visto ela sorrir pra mim daquele jeito, aquele lindo obrigada, depois que comeu passou o dia feliz, conversando super com a mãe, ficou o dia todo melhor. So eu sei oq senti . Infelizmente depois de quase duas semanas, seu coração nao suportou. Mas uma coisa que me marcou foi ver que pude fazer ela sorrir de verdade, fiz oq estava ao meu alcance por ela, não apenas como paciente, mas sim por sempre ver ela como uma menina querida e batalhadora!!!!!!
A residencia te modifica não apenas como profissional, mas também como pessoa….
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Por Rejane Guedes
Boa noite, Amanda.
Teu relato reacende minha esperança nos profissionais da nutrição.
Você rompeu as barreiras dos protocolos e prescrições normativas da dietoterapia em benefício do contexto no qual a menina se encontrava. Você proporcionou VIDA , no sentido da alegria produzida a partir da realização de um desejo , como uma “lâmpada mágica” ou uma “fadinha dos desejos”, termos que escolhi usando o imaginário infantil.
Fiquei pensando sobre as mobilizações argumentativas que você experimentou para balizar sua decisão. Bem sei que , nem todos os membros de uma equipe multidisciplinar comungam das mesmas ideias e visões de mundo.
Parabéns pelo seu olhar sensível e por sua atitude humanitária que propocionou uma ação para além das formas protocolares de agir.
Saudações nutritivas.
Rejane (Natal/RN)