Cinoterapia: cães voltam a visitar pacientes em tratamento no HRSP

Projeto apresenta diversos benefícios para quem participa das atividades

Trabalhar com saúde é buscar incessantemente dar mais qualidade de vida para as pessoas. Com esse pensamento, o Hospital Regional São Paulo – ASSEC procura desenvolver projetos que proporcionem esta melhoria. Um dos exemplos é o trabalho de Cinoterapia, que retomou as atividades há poucos dias dentro da unidade hospitalar, depois de um período de recesso. Pelo menos uma vez por semana os cães visitam pacientes e interagem também com acompanhantes e colaboradores.  

O projeto, que acontece há dois anos, utiliza de forma terapêutica os cães no tratamento de pacientes. Somente no ano passado mais de 500 pessoas foram beneficiadas com as visitas. Tudo acontece por meio de uma parceria entre os setores de psicologia e serviço social do HRSP com o Corpo de Bombeiros. Normalmente as visitas acontecem nas terças-feiras a tarde e dependendo da demanda a atividade também ocorre nas quintas-feiras.

 Conforme a assistente social Liliane Cavasin, que acompanha as atividades de Cinoterapia, os benefícios do convívio com esses animais são nítidos. “Muitos pacientes conseguem expressar sentimentos durante a visita do cão. Alguns choram, outros riem, quem está mais introspectivo muitas vezes conversa e consegue falar de outras coisas, que não a doença”, comenta.

Uma das inciativas do projeto é para tentar deixar o ambiente hospitalar o mais próximo possível do ambiente domiciliar dos pacientes, principalmente para quem está há muito tempo internado.  “A grande maioria tem animal em casa e por conta da hospitalização ficam sem contato com o bichinho de estimação. A vinda do cão, apesar de não ser o animal deles, traz uma reação muito positiva para o paciente”, reforça Liliane.

A visão dos pacientes

Maria Martineli (foto abaixo) foi uma das pacientes que recebeu a visita do cão Elvis, um Fox Paulistinha que participa das atividades de Cinoterapia. Elvis é um cão calmo e obediente, ideal para o contato com os pacientes. Maria e a acompanhante dela, Clarice Vacari, puderam passar alguns minutos brincando com o animal, um momento de descontração. “Eu gosto muito de animais e esse momento faz até a gente esquecer um pouco do motivo que estamos aqui no hospital”, comenta a paciente de Capinzal/SC.

Na ala de cardiologia, Arlindo Tres (foto abaixo) era só sorrisos ao lado do cão Elvis. O agricultor de Coronel Freitas era só elogios ao visitante. “É muito bom receber uma visita assim. Eu gosto muito de cachorros e acho uma pena quando maltratam os animais. Estou impressionado com ele e agradeço muito ao hospital por esse bom atendimento que a gente recebe aqui. É a primeira vez que tenho a visita de um cão”, comemora Arlindo.

Já na ala da pediatria as crianças estavam encantadas com o Elvis. João Vinicíus da Luz, de sete anos, (foto abaixo) internado por causa de uma fratura no braço pôde matar a saudade dos animais de estimação. “Eu tenho quatro bichinhos, estava com saudade deles. O Elvis é muito querido”, disse o menino.

Durante pouco mais de uma hora, o cão visitou leitos do hospital, recebeu carinho dos pacientes e deixou muitos sorrisos por onde passou. Atualmente, o trabalho terapêutico com o cão acontece na Clínica Médica, Pediatria, e Cardiologia Cirúrgica e Clínica. Além disso, recentemente, por um pedido dos próprios colaboradores, o setor Administrativo do hospital também recebe as atividades, proporcionando descontração e humanizando o ambiente dos funcionários. 

Cuidados com o cão

Uma série de cuidados são tomados para que as visitas aconteçam. Conforme o cinotécnico do Corpo de Bombeiros de Xanxerê, João Borba, os cães que estão em atividade na corporação são aptos às visitas. A cada semana um cachorro diferente participa da atividade e eles precisam estar em dia com as consultas veterinárias, manter as vacinas atualizadas e receber cuidados de higiene antes de entrar na unidade hospitalar.

E quem pensa que os benefícios são exclusivos dos pacientes se engana. Para os animais utilizados em buscas e resgates a Cinoterapia também funciona como um treinamento e ajuda na socialização do animal. “Eles vêm aqui e vão ter contato com pessoas diferentes, com idades diferentes, patologias diversas e pessoas que estão carentes por estarem a vários dias no hospital. Isso ajuda a socializar os cães”, explica Borba.

Texto e fotos: Cristine Maraga/ASCOM HRSP