A clínica ampliada é uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde/doença. Permite o enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus respectivos danos e ineficácia. Utilizando recursos que permitam enriquecimento dos diagnósticos (outras variáveis além do enfoque orgânico, inclusive a percepção dos afetos produzidos nas relações clínicas) e a qualificação do diálogo (tanto entre os profissionais de saúde envolvidos no tratamento quanto destes com o usuário), de modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS.
O nome Projeto Terapêutico Singular (PTS) parece melhor utilizado devido ao destaque que o projeto apresenta para grupos ou famílias e não só para indivíduos, além de frisar que o projeto busca a singularidade – a diferença – como elemento central de articulação – não se esquecendo de que os diagnósticos tendem a igualar os sujeitos e minimizar as diferenças: hipertensos, diabéticos, gestantes, dentre outros. O Projeto Terapêutico Singular (PTS), entendido como um conjunto de propostas e condutas terapêuticas articuladas em discussão coletiva interdisciplinar, configura-se como um dispositivo potencial para o planejamento das ações em saúde na Estratégia de Saúde da Família, especialmente nos serviços onde o trabalho está organizado na lógica de Apoio Matricial e Equipe de Referência.
Na UBS em que trabalho como enfermeira, adotamos como prática a consulta de pré-natal compartilhada, ou seja, as consultas acontecem com médica, enfermeira e gestante, e esta forma de atender tem permitido um olhar e assistência mais amplo, valorizando os saberes de todos os envolvidos. Também já trabalhamos com PTS, na foto em anexo (foto autorizada) retrata a aceitação do PTS por parte da usuária (gestante) frente a toda singularidade do momento em que a mesma se encontra. É de uma satisfação enorme ver como a paciente sente-se amparada, acolhida. E enquanto profissionais a corresponsabilidade da assistência nos traz resultados muito positivos.
Por Regina Correia
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