A importância do CAPS Dr Rostan Silvestre na luta antimanicomial

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Eu, Yasmin Monteiro, aluna do Internato em Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas, gostaria de compartilhar um pouco o relato da minha experiencia no CAPS Dr. Rostan Silvestre, junto com meus amigos Diego Albuquerque, Lucas Araújo e Nathalia Mayume Hayakawa.
Tivemos a experiência, por algumas semanas, de conhecer um pouco do funcionamento do CAPS Dr. Rostan Silvestre, localizado no bairro da Jatiúca e entender na prática como funciona o processo e as estratégias de desinstitucionalização dos pacientes psiquiátricos.

Há 17 anos, o CAPS trabalha a favor da luta antimanicomial, prestando serviços a três distritos junto a uma equipe multiprofissional que conta com a participação de terapeutas ocupacionais, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros, educadores físicos e outros profissionais que promovem um cuidado integral, promoção de autonomia, exercício de cidadania e inclusão social a pacientes com diagnósticos de transtornos mentais, contribuindo para diminuir os estigmas que ainda existem em torno desse tema e fortalecendo, ainda mais, o processo de Reforma Psiquiátrica Brasileira, questionando o modelo hegemônico manicomial e lutando contra forças conservadoras da psiquiatria tradicional que, muitas vezes, ainda resistem à formação antimanicomial.

Durante nossa experiência, tivemos contados com vários profissionais e foi possível observar como uma equipe multiprofissional gera benefícios significativos para os pacientes, que, de fato, eram acolhidos, escutados e cuidados.Tivemos a oportunidade de participar de atividades em grupos. A oficina de teatro que eu participei foi bem interessante, a experiência foi bem positiva e eu pude ver o quanto aquele momento em conjunto fazia bem para os pacientes, que estavam bem à vontade e bastante comunicativos. Naquele momento, percebi que os pacientes não eram resumidos a um diagnóstico e havia um processo de coesão e inclusão social. Além da atividade em grupo, participamos de alguns acolhimentos, visitas e acompanhamos a consulta de alguns psiquiatras que também foram úteis nesse processo de aprendizado.

Por fim, gostaria de agradecer aos profissionais envolvidos nesse processo, foi gratificante e necessária a participação no CAPS e, de forma geral, os funcionários foram acolhedores e receptivos com os alunos, contribuindo na nossa formação.