A notável expansão das cooperativas digitais

8 votos

Ladislaw Dowbor – Outras Palavras

Em meio ao domínio das big techs, movimento oposto ganha força internacional: tecnologia e conectividade em favor do Comum e da Colaboração. Livro expõe a transformação – de plataformas a bancos e data centers – e reflete sobre ela

 

O movimento cooperativo já é tradicional: mais de 12% da humanidade, mais de um bilhão de pessoas são membros de alguma das 3 milhões cooperativas no mundo. Seus trabalhadores representam algo com 10% dos empregos. As cooperativas permitem formas diferentes de as pessoas se organizarem, precisamente de forma cooperativa, em vez de simplesmente conseguir um “emprego” e fazer o que mandam. De certa forma, asseguram uma cidadania econômica, ao tornar seus membros parte ativa do próprio projeto, co-organizadores. O que hoje muda é a facilidade de conectar-se online, de se articular em rede sem a necessidade das reuniões presenciais, de gerar um território mais participativo, ou de ir além do território, construindo atividades conectadas por convergência de interesses. Ao conectar as transformações da revolução digital com as mudanças no mundo do trabalho, Scholtz nos mostra o universo que emerge com força: as plataformas cooperativas. O pano de fundo é que hoje o principal fator de produção é o conhecimento, e este se gere de maneira muito mais eficiente por meio de colaboração do que por competição.

O universo digital pode ser resgatado e permitir a rearticulação da sociedade pela base. Hoje, este espaço é dominantemente capturado pelos gigantes da indústria da atenção – Google (Alphabet), Apple, Facebook (Meta), Amazon, Microsoft, o chamado GAFAM, que se apropria da internet para extrair dados privados e lucrar com a indústria da atenção. Isso pode mudar.

LINK: OUTRAS PALAVRAS – A notável expansão das cooperativas digitais

 

Rearticular o SUS a partir de sua base nos Conselhos de Saúde, interligando seus membros em plataformas digitais cooperativas pode representar a mudança da Saúde como mercadoria para a Saúde como Cidadania, buscando a Integralidade, a Participação Popular, o Controle Social e a Descentralização.