Abril verde : Pensando sobre o trabalho, inclusive exercido em desvio de função e a saúde mental.

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Se para  alguns o  trabalho em desvio de função representa a oportunidade de estar investido em algum cargo de natureza mais representativa, ocupando lugares mais estimados, incorporando sentimentos de autoestima e valorização, para outros pode se configurar numa experiência incompatível  e  viver  nela efeitos que desestabilizam a subjetividade…  Acreditamos que pensar o quanto a autonomia e o reconhecimento no trabalho fazem o corpo vibrar, faz a mente fluir e  a importância na incorporação dessas valores  no cotidiano de todos os trabalhadores e trabalhadoras  é pensar em saúde mental … Dessa forma dentre os  desafios está   reconhecer, ser reconhecido, alcançar algo de identificação e de prazeroso, que continue a dar sentido, possibilitando a constituição de um sentido de “eu” no trabalho, evitando agravos a saúde mental. Nesta premissa discutir o problema relacional “desvio de função e saúde mental” é colocar em evidencia dificuldades vivenciadas dentro dos locais de trabalho e os conflitos oriundos dessas dificuldades.

A partir daqui tento rapidamente , situar o trabalho nos processos de saúde e doença mental , e de forma muito singular  refletir sobre aqueles que  tantas vezes sentem-se   desmotivados, com a sensação de ter perdido até mesmo e como já dito, o sentido do trabalho em suas vida, experimentando   estados de sofrimento como sentimento de frustração, medo, angústia, insatisfação, sentimento de não reconhecimento e de impotência diante de determinadas circunstancias, e   nessas condições, o trabalho  constitui fonte de desequilíbrio “transformando-se em   tensão e desprazer, até que aparece a fadiga, depois a astenia (fraqueza orgânica) e, a seguir, a patologia” (Dejours, 2012). Diante disso:  renovar os desejos, fortalecer  o interior e enfrentar o cotidiano com mais motivação… o que convida  a refletir que resgatar o sentido no trabalho é resgatar sentido pra  vida (Antunes, 2003) .

Estamos no abril verde, estamos em meio as conferencias de saúde mental, com diferentes e importantes temáticas …

Aqui torcemos pela possibilidade continua de significar e/ou ressignificar sentidos para o trabalho e que nesse caminho encontremos aquela sensação gostosa de satisfação e pertencimento que tanto aquece o coração da gente e faz tão bem pra saúde mental. Obrigada!

 

Referencias:

Antunes, R. (2003). Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Bomtempo.

 

Dejours, C. (2012). Psicodinâmica do trabalho: contribuições da escola dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas.