ACADÊMICOS DE MEDICINA OBSERVAM NAS PRÁTICAS DE CUIDADO DA ESF OS REFLEXOS DE UM POLITRAUMATISMO
Autores: Júlia Andressa de Almeida, Lyandra Pereira Marra e Heloisa Alessi Pissulin
A Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (FAMEPP/UNOESTE), por intermédio do Programa de Aproximação à Prática (PAPP), possibilita aos futuros profissionais médicos, um contato direto com os trabalhadores dos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) ligados à Estratégia Saúde da Família (ESF). Nós, como estudantes, somos inseridos como membros das Equipes Interprofissionais desde o primeiro termo da Graduação em Medicina.
Os Facilitadores utilizam a Metodologia Ativa da Problematização para estimular a construção de Planos de Ação, com foco na Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) e na Política Nacional de Humanização (PNH).
Em uma das visitas domiciliares, dentro da área de abrangência da ESF Morada do Sol, tivemos a chance de aplicar, também, a Política Nacional de Promoção à Saúde, entrevistando um usuário do SUS que sofreu politraumatismo em um acidente motociclístico. Pudemos observar, além das consequências físicas, os impactos nos âmbitos econômico, social e psicológico para o usuário do SUS.
A Facilitadora do PAPP utilizou o Arco de Maguerez, após a realização da Visita Domiciliar para estimular “Reflexão na Ação”. Assim, consideramos, nas discussões com a docente, que o politraumatismo é caracterizado por múltiplas lesões causadas no organismo por forças de natureza externa. O usuário SUS relatou que o politrauma decorreu de um acidente motociclístico o qual acarretou feridas na sua cabeça e nos seus membros superiores e inferiores. O jovem visitado referiu ter 23 anos de idade.
De acordo com o relato do usuário SUS, após o ocorrido, ele foi encaminhado ao Hospital Regional de Presidente Prudente (HRPP) e em seguida passou a receber cuidados na ESF, localizada no território no qual ele reside: ESF Morada do Sol.
Nós, como acadêmicos, durante a vivência de campo, adentramos à residência do usuário SUS, após sua autorização, na qual pudemos analisar o caso com foco na Clínica Ampliada.
A Clínica Ampliada é uma das diretrizes que a Política Nacional de Humanização propõe para qualificar o modo de se fazer saúde, na ESF. Ampliar a clínica significa aumentar a autonomia do usuário do serviço de saúde, da sua família e da comunidade.
A partir destas observações, percebemos alguns reflexos que o jovem acidentado sofreu em sua vida. Pudemos avaliar suas perdas com foco na “Integralidade em Saúde”. Na esfera econômica, a consequência foi intensa, visto que o cidadão referiu ser trabalhador autônomo. Devido ao estado em que se encontra, pós o politrauma, se viu incapacitado para trabalhar e com isso não conseguiu contribuir financeiramente em sua casa. Ademais, por estar debilitado, foi impedido de participar ativamente no contexto social fora de seu ambiente familiar.
No contexto psicológico, os danos citados por ele, afetaram seu estado mental e o cliente desenvolveu um sentimento de invalidez e solidão devido à incapacidade laboral, além de ver que possíveis projetos futuros foram inesperadamente interrompidos pelo acidente.
O politraumatismo acabou afetando o usuário do SUS não só física, mas econômica, social e psicologicamente, impactando sua vida nas diversas áreas.
Após a busca em referências específicas, analisamos que o Brasil é o segundo país no mundo no ranking de acidentes de moto com vítimas fatais. São sete mortes para cada 100 mil habitantes. Do total de pessoas envolvidas em acidentes de moto, 42% delas estavam sob influência de bebidas alcoólicas. A principal causa dos acidentes de moto é a circulação entre dois carros, o corredor.
Outrossim, ainda realizamos, no domicílio, uma ação de Educação em Saúde, com foco em “Dicas para Evitar Acidentes de Moto”: 1) Reduza a velocidade; 2) Gentileza gera gentileza; 3) Cuide dos pedestres; 4) Cuidado com os grandalhões como ônibus e caminhões; 5) Respeite os sinais de trânsito.
Portanto, concluímos como positiva a ação de “Criação de Ambientes Saudáveis” realizada no território ligado a uma ESF no interior de SP.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.399, de 15 de dezembro de 1999. Brasília, 1999.
NETA, Dinah Sá Rezende; ALVES, Anne Karolinne e Silva; LEÃO, Gustavo de Moura; ARAÚJO, André Alves de. Perfil das ocorrências de politrauma em condutores motociclísticos atendidos pelo SAMU de Teresina-PI. Disponível em: SciELO – Brasil – Perfil das ocorrências de politrauma em condutores motociclísticos atendidos pelo SAMU de Teresina-PI Perfil das ocorrências de politrauma em condutores motociclísticos atendidos pelo SAMU de Teresina-PI.
Por Alex Wander Nenartavis
Acadêmica Júlia Almeida, parabéns pela bela postagem.
As causas externas são a terceira principal causa de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) e de óbitos no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. São milhares de hospitalizações anuais, além dos atendimentos ambulatoriais e de emergência. A mortalidade relacionada às causas externas pode ser considerada como um problema de saúde pública em nosso país. Dentre os grupos de óbitos por causas externas, podemos citar: as agressões, os acidentes de transporte, as lesões acidentais e as lesões autoprovocadas. Medidas de prevenção podem ser adotadas para evitar agravos à população. Ficamos muito satisfeitos com as ações de promoção e prevenção à Saúde, realizadas pelos estudantes do PAPP/FAMEPP/UNOESTE, nos territórios ligados às Estratégias Saúde da Família, nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado.
Congratulações!