Acadêmicos Médicos apostam em Ação de Educação Popular em Saúde

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No dia 15 de fevereiro de 2020, aconteceu em todo o Brasil o Dia D de Vacinação Nacional Contra o Sarampo em Crianças de 9 a 15 anos de idade. A campanha, que já está em vigor desde o dia 10 de fevereiro de 2020, continuará em vigor até o dia 13 de março desse ano. O objetivo é vacinar 3 milhões de crianças nesse período. Essa nova estratégia de vacinação fracionada teve seu início em 2019, desde a ocorrência de um surto de Sarampo no mesmo ano. Ela foi dividida em 5 etapas para melhor alcance do público alvo, sendo essa fase da campanha, o seu terceiro momento.


Elencaremos, a seguir, as 5 etapas da campanha de vacinação:
• Outubro de 2019: crianças de 6 meses a menos de 5 anos.
• Novembro de 2019: pessoas de 20 a 29 anos.
• Fevereiro de 2020: crianças de 9 a 15 anos.
• Junho de 2020: reforço para pessoas de 20 a 29 anos.
• Agosto de 2020: pessoas de 30 a 59 anos.
A recomendação do Ministério da Saúde é que lactentes entre 6 meses a menos de 1 ano tomem a dose de prevenção em situações de surto. A primeira dose deve ser tomada aos 12 meses de idade e a segunda dose aos 15 meses, sendo estipulado que pessoas entre 1 a 29 anos tenham, no mínimo, 2 doses da vacina e pessoas entre 30 a 49 anos tenham ao menos 1 dose confirmada no cartão de Vacinas.
Podemos entender que as pessoas já vacinadas não necessitam tomar doses extras da vacina, pois não há prazo de validade para a imunização. No entanto, em casos de surtos, a exemplo de 2019, é recomendável reaplicar a vacina, já que, o imunizado não ficará doente e não apresentará os sinais e sintomas clínicos da doença, mas poderá ser portadora do vírus e transmiti-lo para aquele grupo que não está imunizado. Por último, quem já adquiriu a doença em outros momentos não precisa se vacinar, já que os anticorpos IgG continuarão presentes no Sistema Imune e não possuem prazo de validade para a imunização das pessoas.
No Sistema Único de Saúde está disponível a vacina tríplice viral, que imuniza a pessoa contra doenças infectocontagiosas, a exemplo do Sarampo, Rubéola e Caxumba, com a 1ª dose necessária até os 29 anos. A vacina tetra viral, que imuniza contra a Varicela, além do Sarampo, Caxumba e Rubéola está disponível somente para crianças até 15 meses de idade, com a 2ª dose recomendada até os 29 anos de idade.
O Sarampo é uma doença infectocontagiosa com grande possibilidade de disseminação, podendo ser fatal. A sua transmissão se dá por meio de: respiração, tosse, espirro ou fala, por meio de partículas que se espalham no ambiente.
Os sintomas mais comuns são as manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que depois se espalham por todo o corpo, sendo acompanhadas na maior parte das vezes por um mal estar intenso, além de irritação nos olhos e febre acompanhada de tosse com congestão nasal ou rinorreia.
Segundo os dados do Centro de Vigilância Epidemiológica, em 2019, ocorreu um surto de sarampo após duas décadas sem circulação endêmica do vírus. Em todo o mundo, foram registrados mais de 400.000 casos. No Brasil, foram mais de 16.000 casos e 15 óbitos até dezembro de 2019. Crianças menores de 1 ano foram as mais afetadas (18,2%, com mais de 3.000 casos registrados), seguidas de pessoas de 25 a 29 anos e 20 a 24, com mais de 2.500 casos cada grupo.
Avalio como enriquecedora a possibilidade de poder participar de uma campanha de Vacinação contra o Sarampo, na minha passagem pela Graduação de Medicina. A Metodologias
Ativa de Ensino e Aprendizagem denominada Problematização trouxe oportunidades para agir na Campanha, refletir sobre o novo aprendizado e construir novas ações, principalmente no Eixo da Educação em Saúde.
Conversar com pessoas que foram se vacinar e com seus responsáveis, foi muito interessante. Quando fazemos uma ação de Educação Popular em Saúde, aprendemos de maneira significativa.
O novo conhecimento se incorpora às nossas experiências prévias. Dessa maneira, a comunidade que recebe as informações em Saúde e os Acadêmicos que elaboram o plano de ação, ambos se transformam. Juntos esses atores modificam a realidade local em Saúde.

Fonte:
Centro de Vigilância Epidemiológica: BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO VOL II N° 1 ANO 2020

CUNHA, M. B et al . Vigilância Popular em Saúde: contribuições para repensar a participação no SUS. In: Bruno Oliveira de Botelho; Eymard Mourão Vasconcelos, Daniela Gomes de Brito Carneiro; Ernande Valentin do Prado; Pedro José Santos Carneiro Cruz. (Org.). Educação Popular no Sistema Único de Saúde. 1ed.São Paulo: Hucitec Editora Ltda, 2018, v. , p. 95-126.