Acadêmicos Médicos realizam ação de Atenção Primária à Saúde em área rural de Presidente Prudente
Os moradores das áreas rurais se constituem em cerca da metade da população do planeta, porém essas pessoas têm menos acesso aos cuidados, apresentando piores condições de saúde, em comparação com as populações urbanas.
Acadêmicos do Curso de Graduação em Medicina da Universidade do Oeste Paulista (FAMEPP/UNOESTE) são inseridos em nove Estratégias Saúde da Família (ESFs), localizadas nos municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado, como membros das Equipes Interprofissionais, graças a uma “Parceria Academia-Serviço” firmada entre a Universidade e as Secretarias Municipais das duas cidades.
Os Facilitadores da UNOESTE utilizam Metodologias Ativas como a Problematização para estimularem os acadêmicos a construírem Planos de Ação, com foco na Política Nacional de Promoção à Saúde (PNPS).
Um dos Planos de Ação construídos pelos estudantes esteve relacionado à Educação Popular em Saúde para prevenção do Diabetes e da Hipertensão Arterial Sistêmica, na Zona Rural de Presidente Prudente.
A Facilitadora utilizou o “Arco de Maguerez para estimular Reflexão na Ação”.
Estudantes consideraram que, na maioria dos países, os habitantes das áreas rurais passam por dificuldades para utilizarem transportes e também para sua comunicação. As comunidades rurais também enfrentam desigualdades no financiamento da saúde, com escassez e distribuição desigual dos profissionais de saúde, que passam por piores condições de trabalho.
A Facilitadora considerou, nas discussões com os estudantes, que o fracasso no alcance da universalidade em saúde, que foi proposta na Declaração de Alma-Ata, passa por fragilidades, nas áreas rurais mais remotas. A Conferência de Alma-Ata propunha “saúde para todos no ano 2000”. Essa proposta de termos a saúde como direito, com foco na atenção primária à saúde (APS), infelizmente, ainda não se concretizou.
Estudantes consideraram que nas áreas rurais e remotas, a APS pode ser o único recurso à saúde disponível para as comunidades.
A docente lembrou que existem atributos da APS, como “ser coordenadora da rede de atenção, prover acesso aos serviços necessários, dar qualidade no atendimento, precoce e também oportuna prevenção e acompanhamento dos problemas de saúde das pessoas”. Dessa maneira, a APS consegue abordar os problemas em nível familiar e comunitário, com foco na competência cultural do cuidado.
Estudantes consideraram que fortalecer a APS pode ser a chave para enfrentar as iniquidades em saúde, nas áreas rurais.
A docente lembrou que as situações de maiores iniquidades em saúde rural são observados em países em desenvolvimento, como o Brasil.
Acadêmicos entenderam que o nosso país ainda registra grandes desigualdades socioespaciais para ofertar serviços, equipamentos e profissionais na área da saúde.
Os participantes consideraram como positiva a ação de Promoção à Saúde desenvolvida na zona rural de Presidente Prudente.
Referência:
Atenção primária à saúde em áreas rurais: acesso, organização e força de trabalho em saúde em revisão integrativa de literatura.
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1459/atencao-primaria-a-saude-em-areas-rurais-acesso-organizacao-e-forca-de-trabalho-em-saude-em-revisao-integrativa-de-literatura&ved=2ahUKEwj6__fIie_5AhUurpUCHeiAC2Q4HhAWegQICRAB&usg=AOvVaw2POy19JhI8rGo5jxTfNc6Z
Acesso em 27 08 2022, às 15h 13min.
Por Alex Wander Nenartavis
Parabéns pelo belo relato, Professora Alessandra!
Os profissionais de saúde, na zona rural, precisam ser mais resolutivos do que em centros urbanos. A disponibilidade de outros profissionais e os recursos acabam sendo mais escassos na zona rural. Os profissionais previsam estar preparados para atender a uma população com perfil diferente da urbana. Em cada comunidade existem pessoas e histórias diferentes, de acordo com o contexto no qual vivem.
Comgratulações!