Ação de Saúde Coletiva da Associação CARIM com participação de acadêmicos Médicos
Foi realizada no dia 24 de agosto de 2019 na Praça 9 de julho no Centro de Presidente Prudente, SP, uma ação de Saúde Coletiva organizada pela Associação de Apoio ao Paciente Renal Crônico –CARIM- a qual teve a participação de acadêmicos médicos da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) com a supervisão de 2 facilitadores: Profª Marcia Regina F. Bueno Croscioli e Profª Talita Cristina M. Franco. Existe uma Parceria Academia-Serviço, desenvolvida entre UNOESTE e SMS de Presidente Prudente e Álvares Machado. Essa parceria produz planos de ação que melhoram o acesso da população aos serviços de Saúde. A ação ocorreu em uma sessão com duração das 8h30 às 11h30 com atendimentos gratuitos de Aferição de Pressão Arterial, Teste de Glicemia, Avaliação IMC e Orientação com o Médico Nefrologista Dr. Gustavo Navarro Betônico, além de orientação nutricional, sendo necessário somente levar o CPF e o Cartão do SUS.
A finalidade da ação foi detectar e diagnosticar de forma precoce pacientes que apresentavam hipertensão arterial, diabetes mellitus 2 e obesidade, além de fazer acompanhamento àqueles pacientes que já haviam sido diagnosticados. Ambos os grupos ganharam testes grátis de dosagem de creatinina para avaliação do funcionamento renal. Essa ação de saúde coletiva foi planejada e executada em ambiente público acessível à população local após uma reflexão sobre as práticas de Visitas Domiciliares de profissionais da saúde a pacientes com Deficiência Renal Crônica, inferindo-se a necessidade da promoção de Ações Coletivas as quais se baseassem na conscientização da população, concomitantemente à atendimentos e encaminhamentos aos especialistas da área.
Ações de Promoção a Saúde com a finalidade de prevenção às Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNTs) tornam-se mais frequentes e com elevada demanda do público, uma vez que, ao longo do século XX e mais notavelmente no século XXI, tem ocorrido não somente a nível nacional, mas, principalmente a nível internacional uma transição demográfica e, consequentemente, uma transição epidemiológica, graças aos avanços da área médica juntamente aos investimentos em saneamento básico, infraestrutura e saúde pública. Desse modo, diminui-se o número de notificações por doenças contagiosas e aumentou-se o número de DCNTs.
A mudança do perfil epidemiológico se caracteriza pela diminuição da taxa de natalidade e pelo aumento da expectativa de vida, o que leva a um aumento das condições crônicas e das DCNTs, como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), doenças cardiovasculares, Diabetes Mellitus (DM), obesidade e as diferentes neoplasias relacionadas em função da maior exposição a fatores de risco (MENDES, 2011). Ainda nesse contexto, pode-se dizer que o aumento das condições crônicas pode ser explicado pelas mudanças demográficas, mudanças nos padrões de consumo e nos estilos de vida considerados não saudáveis, como o consumo nocivo de bebidas alcoólicas, o tabagismo, a inatividade física, o excesso de peso e a urbanização acelerada (MENDES, 2011).
As DCNT’s são consideradas como doenças epidêmicas e causam 60% das mortes em todo o mundo, esperando-se que elas sejam a principal causa de morte e incapacidade em 2020. Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (FID) até o ano 2030 o número de pessoas com diabetes deverá chegar a 439 milhões. No Brasil, estima-se que haja 12 milhões de diabéticos, 76% deles acometidos pelo Diabetes Mellitus 2 (DM-2), que é o tipo mais comum e completamente evitável. A DM é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da Doença Renal Crônica (DCN). Pelo menos 50% dos pacientes com DM têm microalbuminúria, o primeiro sinal de DRC, caracterizada por excreção de pequenas quantidade de albumina na urina. Destes 50%, cerca de um terço irá desenvolver uma doença grave o suficiente para chegar à fase terminal, exigindo diálise e transplante renal. A DM é hoje a principal causa de admissão de diálise no mundo.
Foi demonstrado que pacientes com microalbuminúria têm um risco de doenças vasculares tais como infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral, entre duas e três vezes mais elevadas do que os pacientes diabéticos sem microalbuminúria.
Socialmente, as DCNTs acarretam aposentadorias precoces por incapacidade ou invalidez, licenças de saúde prolongadas, que oneram de forma significativa o serviço de saúde em função das inúmeras hospitalizações. Assim como diminuem a qualidade de vida dos indivíduos e das famílias, devido ao envolvimento e as vivências dos membros com a DCNTs, gerando alteração nos cotidianos, tanto dos doentes no processo de adoecimento crônico, como de todos os membros que fazem parte do círculo familiar (FREESE, 2006).
O conhecimento dos fatores de risco das doenças crônicas é de fundamental importância para o enfrentamento das mesmas, uma vez que, por meio desse conhecimento, serão planejadas ações e medidas de saúde, objetivando o controle, a prevenção e a redução dos agravos. É fundamental que se conheça os fatores de riscos da Doença Renal. Evitar ou tratar esses fatores é a única forma de prevenção.
Os principais fatores de risco são a hipertensão arterial, o diabetes e doenças familiares, mas obesidade, fumo, uso de medicações nefrotóxicas e outros fatores também podem comprometer a função renal. Cuidar da saúde global ajuda a proteger a saúde do rim. As práticas recomendadas incluem:
· Praticar exercícios físicos regulares;
· Evitar o excesso de sal, carne vermelha e gorduras;
· Controle de peso corporal;
· Controle da pressão arterial;
· Controle do colesterol e da glicose;
· Não fumar;
· Não abusar de bebida alcoólica;
· Evitar o uso de anti-inflamatórios não hormonais;
· Cuidar com quadros de desidratação;
· Realizar, uma vez por ano, exames laboratoriais para avaliar a saúde dos rins: dosagem de creatinina no sangue e análise de urina;
· Consultar regularmente seu clínico;
· Não fazer uso de medicamentos sem prescrição médica.
Pacientes idosos, portadores de doença cardiovascular e pacientes com história de doença renal em familiares têm grande potencial para desenvolver lesão renal e devem ser investigados com triagem de exames de urina e dosagem de creatinina no sangue.
A ação obteve êxito e muitos pacientes foram encaminhados para realização do teste de avaliação da função renal, realizados por parceiros da fundação CARIM. Por último, a acadêmica avaliou positivamente a ação, pois teve a oportunidade de executar conhecimentos adquiridos em sala de aula, desenvolver habilidades cognitivas que são essenciais no ofício da medicina, além de contribuir na ação de promoção a saúde e prevenção às DCNTs.
Referências:
Por MARCEL FARIAS DOS SANTOS
OI JULLIANE. AÇÃO IMPORTANTE SOBRE AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS, QUE CADA VEZ SÃO MAIS COMUNS , MUITAS VEZES SILENCIOSA. É FUNDAMENTAL ABORDAR OS FATORES MODIFICÁVEIS E LANÇAR MÃO (QUANDO NECESSÁRIO) DE EXAMES. PARABÉNS PELO AÇÃO E O POST.