Acolhimento como prática de Produção em Saúde no “Outubro Rosa 2023”
No dia 21 de outubro de 2023 foi realizada a Campanha “Outubro Rosa”, na Estratégia Saúde da Família (ESF) do Jardim Morada do Sol, no município de Presidente Prudente, SP.
Nós, Acadêmicos do Curso de Graduação em Medicina da Universidade do Oeste Paulista, no Programa de Aproximação Progressiva à Prática (PAPP/FAMEPP/UNOESTE) somos inseridos como membros das Equipes Interprofissionais de 07 ESFs, por meio de uma parceria “Ensino/Serviço” firmada entre a UNOESTE e a Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente.
Um dos Planos de Ação criado pelos Acadêmicos Médicos esteve relacionado, à Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM).
A ação possibilitou a participação do grupo de estudantes do Terceiro Termo da Graduação em Medicina, sob orientação da Facilitadora, a contribuírem para a organização da “Campanha do Outubro Rosa, Edição 2023”. Esta Campanha surgiu com objetivo de conscientizar e examinar as mulheres da comunidade acerca do câncer de mama e do câncer de colo de útero. A Ação se ampliou, buscando realizar a avaliação bucal e o teste rápido para sífilis e HIV para as participantes. Essas ações de “Promoção à Saúde da Mulher” buscaram expandir o acesso da população feminina local aos serviços de diagnóstico e ao acompanhamento de saúde de forma ideal.
A “Atenção Primária à Saúde” (APS) possui protagonismo fundamental na garantia da saúde, entendida como o “bem estar biopsicossocial” das mulheres. Na “APS” conseguimos colocar em prática a “PNAISM”, atuando nos indicadores epidemiológicos, voltados a esse público, o que justifica a importância desse Plano de Ação.
Entendi, com ajuda da Facilitadora, que esse é um assunto muito importante, pois trata da Saúde da Mulher, com foco no seu “acolhimento”, sendo esse um importante modo de operar os processos de trabalho em saúde. Na nossa ESF, utilizamos o “acolhimento” como uma forma de atender a todas as mulheres que procuraram o nosso serviço de saúde, procurando ouvir os seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas para as “necessidades de saúde” trazidas pelas usuárias. Pudemos avaliar: as condições de vida, o acesso às tecnologias que prolongam a vida, o vínculo entre equipe e usuárias, além da autonomia na maneira delas “andarem suas vidas”.
Essa manhã de sábado serviu para ensinar aos estudantes o valor de um bom atendimento em saúde prestado à comunidade, a importância da “escuta qualificada” e da boa atenção prestada a quem consegue chegar até nós.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de 2014 sugerem que nós estudantes mobilizemos “Conhecimentos, Habilidades e Atitudes”, colocando em prática os ditames das Políticas Públicas que emergem da Epidemiologia em Saúde. Acredito que todas essas proposições das DCNs de 2014, se concentram para melhorar a nossa formação integral, como médicos envolvidos com questões ligadas à cidadania.
Essa experiência prática nos trouxe novas habilidades para entender que a Medicina precisa se alicerçar em aspectos que vão além das teorias e técnicas. Somos “gente que cuida de gente”, com o coração e com solidariedade. Devemos colocar em prática, cotidianamente e de maneira transversal, a Política Nacional de Humanização (PNH).
Cada usuária do SUS traz consigo aspectos que vão muito além daqueles resultados de exames que constam no seu prontuário; nós, futuros médicos, estamos, na consulta, diante de uma pessoa que deve ser enxergada a partir dos Princípios da Integralidade, da Equidade e da Universalidade do SUS.
Saber olhar para fora de si e conseguir ser útil a quem busca por ajuda, com entrega e boa vontade, são atitudes que devem ser cultivadas a cada passo da trajetória médica e que, muitas vezes, são desconsideradas, seja pela justificativa da falta de tempo, seja pelo pretexto do “cenário de aprendizado” cheio das salas de esperas.
A campanha “Outubro Rosa” realizada nesse dia foi importante para muitas mulheres. Além da abordagem biológica, as clientes foram acolhidas com respeito, cuidado e confiança.
Essas mulheres foram estimuladas, por meio de ações de “Educação Popular em Saúde”, ao “auto-cuidado”.
As participantes consideraram como positiva a Ação de Promoção à Saúde realizada na área de abrangência de uma ESF no interior de SP.
Para elas, há o saldo do cuidado consigo mesmas; para nós, fica a satisfação por uma prática bem feita, pelo sorriso e olhar entregues e pela oportunidade de aprender e lidar com vidas, juntamente com todo o empenho e atenção da equipe da ESF.
Trabalho que fez a diferença para todos!
Referência:
ACOLHIMENTO NAS
PRÁTICAS DE PRODUÇÃO
DE SAÚDE.
Disponível em:
https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&opi=89978449&url=https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_praticas_producao_saude.pdf&ved=2ahUKEwimm9rz9J6CAxXjIbkGHbjCB88QFnoECAoQBg&usg=AOvVaw39oQaSjBsetbHTiBUeccMo
Acesso em 29 10 2023, às 18h 12min.
Por Alex Wander Nenartavis
Parabéns à Acadêmica Júlia Andrade, pelo belo relato. Muito interessante abordar o acolhimento estando associado à humanização do atendimento. Ele se refere à garantia do acesso de todas as pessoas, à escuta dos seus problemas de saúde, de maneira qualificada. O futuro médico deve se responsabilizar pela resolução dos problemas dos clientes.
Congratulações !