Oi, galera do Humaniza SUS.
Somos acadêmicos do curso de Psicologia, da faculdade integrada de Santa Maria – FISMA. E através da disciplina de Introdução à Psicologia da Saúde, ministrada pelo professor Douglas Casarotto, trazemos uma questão qual refletimos através da aula do Prof. Dr. Mário Luiz de Souza, do curso Outras narrativas, Novas epistemologias.
Será que ainda existe racismo no Brasil?
Dentro de uma decorrência histórica, encontramos uma estrutura racista impregnada no país, desde a colonização, até os dias atuais. Pois para legitimar o processo de colonização, foi colocado que o branco iria para regiões como da África, para levar a civilização aos povos que eles diziam atrasados. E para isso, utilizaram do racismo, alegando que esses povos, eram povos selvagens.
Essa ideologia racista coloca os negros como aqueles que não tem habilidades intelectuais e morais para o progresso de uma civilização, alegando que os negros tinham aspectos morais ruins, como o alcoolismo, tendência ao roubo e a enganar as pessoas, levando aquela ideia de selvagem. O Brasil foi o maior território escravista do hemisfério ocidental, sendo o último a extinguir o tráfico negreiro e também o último a abolir a escravidão.
Mas afinal, ainda existe racismo no Brasil?
Na fala do Prof. Dr. Mário Luiz de Souza, o racismo é uma construção social e o maior erro dessa construção social é estar preocupado com o racismo enquanto causa e não com o racismo enquanto consequência. O racismo é uma estrutura de opressão que está inserida dentro de uma outra estrutura de opressão ainda maior, que é o capitalismo. Precisamos discutir o racismo, não apenas em seu aspecto moral, já que o mesmo está inserido dentro de um sistema, nas relações políticas, econômicas e sociais.
No Brasil, pessoas negras tem de 6 a 7 vezes mais chances de morrer de homicídio do que uma pessoa branca. Um policial ao chegar em uma favela tem um olhar muito mais opressor para uma pessoa negra, do que para um branco no mesmo ambiente.
Recentemente um caso que chocou o Brasil, o caso de homicídio da vereadora Marielle Franco, mulher, negra e feminista, que aos 38 anos teve sua morte precoce. Ou ainda uma família negra que em uma tarde de domingo, voltando de um chá de bebê tiveram seu carro alvejado com mais de 80 tiros por militares do exército. O que ambos os casos tem em comum, é a impunidade, afinal, no caso de Marielle até hoje o culpado não foi preso e no caso da família de Evaldo, os militares foram soltos. Vale a pena ressaltar que esses são dois exemplos de milhares de casos que acontecem diariamente no Brasil, os quais não ganham tanta repercussão da mídia como os acima citados.
Começamos e concluímos o post com o infeliz questionamento, afinal, ainda existe racismo no Brasil?
Lhe convidamos a responder algumas das perguntas abaixo e diante das respostas obtidas por estas, deixamos com que tirem suas próprias conclusões:
Quantas pessoas negras existem em seu ambiente de trabalho?
Tem conhecimento sobre algum presidente negro do Brasil?
Quantas pessoas negras com o ensino superior você conhece?
Já foi atendido por algum médico negro?
Aguardamos a interação de vocês nos comentários.
Link para acesso ao curso Outras narrativas, Novas epistemologias:
https://www.youtube.com/watch?v=x52TwU8QjWA&feature=youtu.be
Acadêmicos: Manoela Gonçalves Porto e Vinicios Bragança
Por patrinutri
Olá Manoela e Vinícius, muito legal esta proposta do professor Douglas de apresentá-los à Rede Humanizasus e, com certeza, este tema do racismo é importantíssimo ser debatido por todxs da sociedade e, em especial, para futuros profissioanis de saúde.
Infelizmente a resposta é sim, existe racismo no Brasil. E estamos muito distantes de superar este problema nocivo a todxs de pele preta, em todos os tons que a inclui.
Outra questão que contribui muito para a perpetuação do racismo é o branqueamento de algumas figuras históricas e culturais para que não haja identificação com estas lideranças pelo povo negro. Além do uso regular de palavras e expressões que só reforçam este comportamento.
Sim, comportamento, racismo é uma atitude aprendida e transmitida de geração em geração há 300 anos. Então considero que podemos nos educar e educar as novas gerações a agir de modo mais equanime, ou seja, respeitando os direitos de todxs.
Não precisa ser preto para ser antiracista. Todxs contra o racismo!
É preciso também barrar estes movimentos de supremacia branca e ultra direita, pois os racistas caminham juntxs neste movimentos travestidos de movimentos políticos.
E falar de humanização é isto é inclusão, equidade e democracia na saúde. Como profissional de saúde se você respeitar os princípios do SUS ao pé da letra, estará sendo antiracista: Universalidade, Integralidade e Equidade na saúde!
Seguimos na luta!