APLICAÇÃO DA PNH NA COLETA DE PAPANICOLAOU EM USUÁRIAS DO SUS COM DIAGNÓSTICO DE HPV
Os acadêmicos do segundo termo da Graduação em Medicina da Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE), no mês de Abril de 2023, frequentaram a UBS Central de Presidente Prudente, com a finalidade de colocar em prática a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM).
Os futuros médicos entrevistaram usuárias do SUS e realizaram a coleta do exame preventivo para o câncer do colo de útero, mais conhecido como “Papanicolau”.
A coleta da Colpocitologia Oncológica (CCO) é muito importante para a Saúde da Mulher e deve ser feita anualmente, para avaliar as condições do colo do útero, podendo esse exame detectar precocemente lesões e alterações malignas, realizando o seu diagnóstico e também, em muitos casos, o tratamento.
O exame consiste em um procedimento relativamente simples para o profissional da saúde. No entanto, ele pode ser percebido pela usuária do SUS, como uma
experiência negativa, na esfera física e psicológica. A mulher pode se sentir invadida, desconfortável e
constrangida. Ela pode sentir medo, vergonha e ansiedade, optando, inclusive, por não realizar o exame. Cabe ao profissional de saúde, em especial o futuro médico, cuidar para que a usuária do SUS esteja bem posicionada, para realização do exame de Papanicolau, em um ambiente seguro e acolhedor.
Na UBS, os acadêmicos, durante a realização dos exames, se depararam com a situação de uma usuária do SUS com diagnóstico de HPV, ou seja, o Papiloma vírus Humano. A cliente referiu que não realizava o exame do Papanicolau há mais de dois anos. Surgiram questionamentos sobre como devemos proceder para realizar corretamente o exame, em caso de doenças ou outros agravos.
Antes de começar a coleta de preventivo, na anamnese, é necessário criarmos vínculos de respeito e confiança, sendo claros e objetivos com a usuária do SUS e também procurar responder todas as suas dúvidas. O HPV é um tipo de infecção que pode deixar a pessoa vulnerável emocionalmente. Ela pode ficar envergonhada e não querer fazer um relato verdadeiro de sua condição. Em muitas mulheres com HPV, é perceptível o medo de retornar a ter relações sexuais, por conta da possibilidade de contaminação de outras pessoas. Ela também pode sentir “vergonha” de sua afecção, por isso é muito importante deixar a cliente confortável e esclarecer todas as dúvidas sobre a doença.
Antes da introdução do espéculo, na inspeção e palpação da genitália externa, quando existe infecção por HPV, é comum que o Profissional de Saúde encontre verrugas genitais, chamadas de condilomas. Essas verrugas são importantes para fazermos o diagnóstico e podem causar lesões na mulher acometida. Na introdução do espéculo e na coleta do preventivo, também pode ser possível se observar os condilomas no canal vaginal e no colo do útero. O Profissional de Saúde deve ter bastante cuidado ao realizar a inspeção dos locais acometidos, pois as lesões causadas pelo HPV podem dar origem ao câncer cervical, na maioria dos casos e são transmissíveis.
Ao final do exame, é muito importante lembrar a usuária do SUS, de pegar os resultados do exame e em casos de HPV, retornar a fazer o Papanicolau de 6 em 6 meses.
A Facilitadora do Programa de Aproximação Progressiva à Prática da Universidade do Oeste Paulista (PAPP/FAMEPP/UNOESTE) utilizou o “Arco de Maguerez” para estimular “reflexão-na-ação.
Acadêmicos consideraram, nas discussões, que o papiloma vírus humano (HPV) de constitui como um problema de saúde pública. Principalmente a partir da década de 80, diante do reconhecimento de sua associação com o câncer de colo uterino. Este é o segundo tumor mais frequente e a quarta causa de morte por câncer na população feminina no Brasil.
Os participantes consideraram como positiva a abordagem humanizada na realização do exame de Papanicolau, realizada por acadêmicos médicos, em UBS do interior de SP.
Referências
A abordagem do parceiro de mulheres diagnosticadas com HPV.
Disponível em:
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Beatriz,
Muito importante esse cuidado acolhedor no atendimento dessas usuárias, que na sua grande maioria carrega um certo sentimentos de tristeza pelo diagnóstico positivo do HPV.
O cuidado em saúde é complexo e um atendimento humanizado fundamentado nos dispositivos da PHN faz toda diferença nas condutas terapêuticas.
Parabéns pelo relato e postagem aqui na RHS!
AbraSUS!
Emília