Atenção domiciliar ao usuário SUS com condição crônica

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De acordo com o Ministério da Saúde, a Atenção Domiciliar é uma modalidade de saúde, realizada em domicilio, que busca prestar atendimentos mais humanizados e personalizados, com ações de prevenção e tratamento de doenças, reabilitação, cuidados paliativos e melhorias na saúde, contribuindo para constância de cuidados a comunidade, realizadas principalmente pela equipe interprofissional da Estratégia da Família (ESF).

Nós, estudantes do Programa de Aproximação à Prática (PAPP/ FAMEPP/ UNOESTE) somos inseridos como membros das equipes interprofissionais, em oito Estratégias de Saúde da Família (ESFs), em Presidente Prudente e Álvares Machado, graças a uma forte parceria firmada entre a UNOESTE e Secretarias Municipais de Saúde dos municípios citados. Com isso temos a oportunidade de nos aproximar das práticas no cuidado à saúde da comunidade, seja na ESF ou realizando visitas domiciliares. Nosso grupo, juntamente com a professora Alessandra é muito bem recebido na ESF Morada do Sol, pelo Doutor Marcelo Cayres e toda sua equipe.

Durante visita domiciliar realizada no bairro da ESF, em Presidente Prudente, conhecemos uma paciente que relatou ter sido diagnosticada com uma condição médica denominada “Atrofia de Sudek”, após ter sofrido uma queda e fraturado sua coluna e seu pé.

A condição, também conhecida como “Síndrome da dor regional complexa” (SDRC) ou “distrofia simpático-reflexa” não tem sua fisiopatologia bem compreendida. Após a Visita Domiciliar (VD), a Facilitadora utilizou a Metodologia Ativa da Problematização e o Arco de Maguerez para estimular reflexão na ação.  Após a busca em referências confiáveis, descobrimos que acredita-se que a síndrome esteja ligada à perda de controle nervoso, atividade simpática aumentada e nociceptores periféricos sensibilizados para noradrenalina.

A síndrome se caracteriza com alterações nas sensibilidades dolorosa, tátil e térmica, edema, hiperalgesia, rigidez e alterações vasomotoras, podendo se desencadear após lesão a tecidos moles, ósseos ou nervos periféricos. A “VD” favoreceu que exercitássemos a construção da História Clínica e a criação de vínculos de respeito e confiança com a usuária do SUS. Após conversarmos com o médico da ESF, Doutor Marcelo Cayres, descobrimos que o diagnóstico, para essa síndrome, é clínico e utiliza como critérios principais de identificação a presença de dor contínua e desproporcional a quaisquer eventos desencadeantes, alterações sensitivas, vasomotoras, motoras e edema.

A literatura relata que a SDRC é mais frequente em mulheres e em adultos com instabilidade emocional, já que alguns estados psíquicos podem modular a experiência dolorosa e que o diagnóstico precoce precedido de tratamento é fundamental para a prevenção de alterações crônicas.

O tratamento é multidisciplinar e pode ser realizado principalmente com fisioterapia, fármacos para dor neuropática e tratamento psicológico.

Nós estudantes, avaliamos como positiva a realização de VDs no território de Saúde ligado à ESF, com foco na “criação de ambientes saudáveis. Conseguimos também, por meio da realização da VD, colocar em prática a Política Nacional de Promoção à Saúde.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção Domiciliar na Atenção Primária À Saúde. Brasília, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_domiciliar_primaria_saude.pdf. Acesso em: 09 de setembro de 2021.

Shinjo, S. K.; Moreira, C. Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2021.

Skinner, H. B.; McMahon, P. J. Current: Ortopedia – Diagnóstico e Tratamento. 5ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.

Lotito, A. P. N.; Campos, L. M. M. A.; Dias, M. H. P.; et al. Distrofia simpático-reflexa. Jornal de Pediatria, v. 80, p. 159-162, 2004.

Watson, J. C. Síndrome da dor regional complexa (SDRC). Manual MSD, 2020. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dor/s%C3%ADndrome-da-dor-regional-complexa-sdrc. Acesso em: 09 de setembro de 2021.