A cannabis e a Covid-19 tiveram, nos últimos meses, mais proximidade devido aos estudos dos efeitos terapêuticos em pacientes acometidos pela doença.
Isso porque alguns produtos com canabinoides (como o CBD, por exemplo) demonstraram trazer alívio de dores e redução de inflamações, além de eficácia na inibição do vírus.
O assunto é tão complexo e técnico que existem hoje cursos de cannabis medicinal exclusivamente voltado para profissionais médicos, a fim de capacitar e demonstrar os avanços das práticas terapêuticas que envolvem a cannabis.
Entretanto, ainda que preliminares, há respostas satisfatórias obtidas pelos cientistas da Universidade de Chicago (Estados Unidos) quando o assunto é o uso da cannabis para combater a covid.
Nesse artigo iremos explicar a relação de ambos, quais as perspectivas para o futuro e o que a ciência já pode afirmar. Confira conosco e boa leitura!
O que é Covid-19?
Primeiramente, antes de entender a relação entre a cannabis e a doença do coronavírus 19, é preciso relembrar como atual a infecção que se tornou pandemia.
A Covid-19 é causada pela síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2) e, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 80% dos infectados se recuperam sem tratamento hospitalar. Contudo, a Covid-19 é uma infecção respiratória aguda, potencialmente grave, com alta taxa de transmissão e distribuição por todo o mundo.
Meios de transmissão da Covid-19
A transmissão da Covid-19 se dá de forma similar aos outros vírus respiratórios: o contágio pode acontecer de três formas:
Contato direto: quando o vírus é passado pela pessoa infectada, seja através do toque no nariz, boca ou olhos ou ainda superfícies que estão com o vírus;
Transmissão por gotículas: quando a pessoa infectada tosse ou espirra próximo de uma pessoa saudável;
Aerossóis: acontece quando pequenas gotículas menores com o vírus permanecem suspensas no ar e são levadas para distâncias maiores e por prazos mais longos.
Sintomas da Covid-19
Dentre os principais sintomas da Covid-19 estão a febre, cansaço e tosse seca. Há uma parcela significativa que apresenta dores pelo corpo, perda de paladar e/ou olfato, congestão nasal e dificuldade em respirar.
Nesses casos, há um levantamento que mostra que pessoas idosas, imunossuprimidas, pacientes oncológicos, diabéticos e hipertensos e indivíduos com problemas respiratórios, possuem maior probabilidade de apresentar um quadro grave.
Cannabis e Covid
Após entender sobre a doença, chegou a hora de relacionar a Cannabis e a Covid e mostrar quais as potencialidades terapêuticas nesse contexto.
Por isso, é importante considerar a responsabilidade e a ética quando se fala no uso da Cannabis, sem que se relacione com qualquer conceito distorcido de práticas medicinais.
E se falamos de cannabis, o primeiro ponto que é preciso entender diz respeito ao canabidiol, ou simplesmente, CBD.
O que é CBD?
O canabidiol (CBD) é um substância que tem sua extração oriunda da planta Cannabis. No Brasil, a Anvisa determinou uma categoria de medicamentos que derivam da Cannabis
Devido à atuação do CBD no sistema nervoso central, ele tem sido bastante usado em doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como por exemplo, a doença de Parkinson, a epilepsia grave e refratária, ansiedade e a esclerose múltipla.
O uso do canabidiol tem poucas contraindicações e não possui efeitos psicotóxicos. Por isso, não podemos relacionar o uso medicinal da Cannabis ao uso recreativo da planta.
O uso medicinal implica em exigir certificações de padronização de cultivo da planta, dos produtos extraídos dela, e principalmente, testes laboratoriais que garantam a segurança e a potência do produto. Dessa forma, suas propriedades terapêuticas podem ser utilizadas com segurança em pessoas das mais diversas idades e problemas de saúde.
Tratamento de Covid com CBD
Além dos benefícios e estudos apresentados acima que relacionam cannabis e covid, cientistas brasileiros também estão em fase avançada com testes sobre o assunto. Os efeitos do canabidiol (CBD) estão sendo estudados em uma pesquisa clínica fase III em mais de 1000 voluntários no país.
De acordo com as primeiras análises, o CBD tem se mostrado eficaz nas síndromes pós covid-19, uma vez que reduz a fadiga, a fraqueza muscular, a insônia e melhora os quadros de ansiedade e depressão.
É importante citar que a maior parte desses sintomas se apresenta como resposta imunológica do organismo ao vírus. Entretanto, por serem com uma proporção maior do que os casos médios e comuns, eles comprometem a qualidade de vida dos pacientes.
Por isso, casos em que os sintomas permanecem além de três meses da infecção pela Covid-19 precisam de cuidados rigorosos, já que podem levar a situações mais graves como perda de memória, fibromialgia e depressão.
Cannabis pode ser útil na síndrome pós-COVID
Um ponto que precisa ficar bem esclarecido é que, ainda não temos estudos que indiquem o uso da cannabis durante a infecção por COVID-10 ou seja, para o combate do vírus.
Todos os estudos realizados até o momento mostram condições favoráveis para o uso do CBD em situações em que a pós-infecção deixou sequelas físicas e/ou mentais que podem comprometer a saúde das pessoas.
Nesse sentido, é uma opção capaz de amenizar o desconforto e os danos respiratórios provocados pela doença, mesmo após seu período de incubação no corpo humano.
Como funciona a administração do CBD nos sintomas pós Covid
Devido às propriedades terapêuticas cientificamente comprovadas, o uso do CBD em pessoas que tiveram Covid-19 apresenta duas atuações distintas.
A primeira diz respeito à parte clínica, já que seu efeito anti-inflamatório pode diminuir sintomas que comprometem as vias respiratórias e melhorar as sequelas neurológicas. A segunda, diz respeito ao contexto psiquiátrico, pois o CBD é capaz de combater o estresse pós-traumático comum nesses casos.
Logo, o CBD irá auxiliar também na redução de situações de ansiedade, taquicardia e perda de memória, melhorando a qualidade de vida e bem-estar dessas pessoas..