Capacitação em comunicação e escuta para acadêmicos da área da saúde

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Introdução: a comunicação é essencial para a sobrevivência humana, e constitui a base das relações interpessoais. Dentre as habilidades de comunicação, as principais são: empatia, escuta ativa e assertividade. Ser empático implica conseguir se colocar no lugar do outro, compreender a sua perspectiva e seus sentimentos, enquanto que escuta ativa significa ouvir e entender o que o outro comunica. Já o comportamento assertivo, é a habilidade de expressão dos sentimentos, pensamentos e opiniões de forma compreensível, sem agredir ou desrespeitar.

Nesse sentido, para que os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) possam se expressar, explicar suas demandas e dificuldades, é necessário que os profissionais de saúde sejam capacitados nessas habilidades de comunicação, isto é, não apenas ouvir, mas escutar atentamente as informações que são transmitidas pelo usuário SUS, bem como verbalizar as informações de modo que o usuário seja capaz de compreender. (1,2)

Isso vai de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina, que estabelecem que “o egresso deve ser preparado para se comunicar por meio de linguagem verbal e não verbal, com empatia, sensibilidade e interesse, promovendo o cuidado centrado na pessoa e uma relação horizontal e compartilhada com o usuário do serviço de saúde.” (4) A comunicação humanizada por parte dos profissionais de saúde faz parte de um atendimento empático, acessível e descomplicado para com usuários SUS.

Objetivo: proporcionar aos acadêmicos da área da saúde técnicas de comunicação verbal e corporal, enquanto ferramentas para o cuidado com os usuários do serviço de saúde.

Relato: a Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente da Universidade do Oeste Paulista (LSFC/FAMEPP/UNOESTE) organizou uma Roda de Conversa no “Teatro César Cava”, com o título: “O Teatro na Medicina: técnica de linguagem verbal e corporal”. O professor e ator Thiago Cardoso conduziu o encontro com os acadêmicos, no dia 8 de maio 2023, às 17h45, com duração de uma hora. A ação consistiu na realização de quatro atividades dinâmicas que exigiram grande técnica de atenção, memorização, comunicação verbal, dicção e escuta ativa. Isso serviu como analogia para necessidade de clareza em relação a discussão sobre os cuidados necessários com um usuário de serviço de saúde tanto com a equipe de saúde, quanto com o próprio usuário. Como comunicar claramente o tratamento para o usuário? Como passar confiança? Como saber fazer uma leitura corporal desse usuário em favor do atendimento e da adesão ao tratamento?

Conclusão: Todos os acadêmicos puderam participar das atividades e compartilharam a dificuldade de executar essas atividades, compreendendo a complexidade da escuta ativa e da comunicação assertiva. Foi possível observar que em algumas atividades ocorreram erros por falha na comunicação. Essa é uma necessidade básica no atendimento à saúde, tendo em vista que é por meio dela que é possível estabelecer um relacionamento terapêutico entre profissionais e usuários do serviço de saúde do SUS. A comunicação assertiva é fundamental para os acadêmicos: saber falar e ouvir, ter segurança e saber promover confiança. De modo geral, os participantes consideraram como positiva a ação de ampliação da escuta ao usuário SUS.

 

 

 

Referências

 

1 Broca PV, Ferreira MA. Nursing staff and nonverbal communication. REME Rev Min Enferm. [Internet]. 2014 [citado em 02 jan 2017]; 18(3):697-702. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=BDENF&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=27011&indexSearch=ID. Acesso em 10 05 2023, às 10h 25min.

 

2 Oliveira AC, Silva MJP. Autonomia em cuidados paliativos: conceitos e percepções de uma equipe de saúde. Acta Paul Enferm. 2010;23(2):212-7.

 

3 Stefanelli MC, Carvalho EC. A contribuição nos diferentes contextos da enfermagem. 2ed. Barueri, SP: Manole; 2012.

 

4 ROCHA, S. R. et al. Avaliação de Habilidades de Comunicação em Ambiente Simulado na Formação Médica: Conceitos, Desafios e Possibilidades. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 43, n. 1, p. 236-245, 2019.

 

 

 

Autores: Alex Wander Nenartavis, Áquila Oliveira Machado, Daniela da Silva Barboza Gregório, Letícia Ferruzzi Sacchetin.